Rio de Janeiro, 2 dez (EFE).- A produção industrial brasileira
acumulou uma queda de 10,7% nos primeiros dez meses do ano, embora
tenha aumentado entre setembro e outubro, pelo décimo mês
consecutivo, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas (IBGE).
Apesar de crescer gradualmente desde janeiro em relação ao mês
imediatamente anterior, a produção nas fábricas brasileiras ainda
não recuperou os níveis que registrava em setembro do ano passado,
quando explodiu a crise financeira internacional.
Em outubro, a produção do setor fabril superou em 2,2% à de
setembro, mas foi 3,2% inferior à do mesmo mês de 2008.
Da mesma forma, a produção entre novembro de 2008 e outubro
último foi 10,6% inferior à medida nos 12 meses anteriores.
Apesar dos resultados negativos no acumulado do ano, o desempenho
do setor industrial surpreendeu em outubro, quando foi registrada a
menor queda de 2009 em comparação com o mesmo mês de 2008.
Essa melhora, segundo o IBGE, foi impulsionada principalmente
pelo forte aumento na produção de automóveis.
"O resultado deste mês reflete a recuperação do setor observada
desde o começo de 2009. Enquanto a produção caiu 17,5% em janeiro
frente ao mesmo mês do ano passado, em outubro essa queda foi apenas
de 3,2%", destacou o órgão.
"Essa redução no ritmo de queda também se confirma na variedade
de produtos. Enquanto em fevereiro 77% dos 755 produtos analisados
tiveram uma produção menor, essa percentagem foi de 55% em outubro,
o menor nível (de queda medido) desde novembro do ano passado",
acrescentou o IBGE.
A produção de veículos em outubro foi 11,2% superior à de
setembro e 107,1% maior à de dezembro do ano passado.
Dos 27 setores analisados, 21 registraram crescimento na produção
na comparação com setembro.
Além do setor de automóveis, também cresceram o farmacêutico
(3,1%) e os de alimentos (3%), bebidas (4%) e metalurgia básica
(2,6%).
Na comparação com outubro do ano passado, 18 dos 27 setores
analisados registraram queda na produção, sobretudo os de máquinas e
equipamentos (13,7%), metalurgia básica (10,3%), material eletrônico
e equipamentos de comunicação (15,2%) e automóveis (4,7%).
Em contrapartida, a fabricação de produtos químicos subiu 11,1%;
o refino de petróleo, 5%, e a produção de eletrodomésticos, 4,5%.
EFE