Por David McNew
RIDGECREST, Califórnia (Reuters) - Moradores avaliavam danos e limpavam os destroços, nesta sexta-feira, do maior terremoto a atingir o sul do Estado norte-americano da Califórnia em 25 anos, após tremores que foram sentidos por mais de 20 milhões de pessoas entre Los Angeles e Las Vegas.
E provavelmente não terminou. Mais sismos, e grandes, podem ocorrer nos próximos dias, disseram sismólogos.
Na pequena cidade desértica de Ridgecrest, próxima do epicentro do terremoto de magnitude 6,4, prateleiras de mercados estavam repletas de garrafas, latas e embalagens rompidas.
"Limpei mais de 75 litros de vinho que derramou, além de cerveja, refrigerante e o bebedouro que virou. Temos danos de vários milhares de dólares", disse o proprietário James Wilhorn.
Só alguns ferimentos foram relatados, mas duas casas pegaram fogo devido ao rompimento das tubulações de gás, disseram autoridades. A água de canos quebrados brotou de rachaduras no pavimento. Fissuras profundas se espalharam pelo Deserto do Mojave, e transeuntes paravam para tirar selfies.
Lucy Jones, sismóloga da Agência Geológica dos Estados Unidos (USGS), disse que mais de 80 tremores secundários atingiram a área nas horas seguintes ao terremoto inicial.
"Devemos esperar muitos tremores secundários, e alguns deles serão maiores do que os três que tivemos até agora", disse ela em uma coletiva de imprensa. "Acho que a chance de termos um de magnitude 5... é provavelmente maior do que 50%".
O sismo atingiu o extremo do Parque Nacional do Vale da Morte, cerca de 180 quilômetros ao nordeste de Los Angeles, perto das 10h30 de quinta-feira. Ele ocorreu a 10,7 quilômetros de profundidade, o que é considerado muito raso, e amplificou seu efeito, sendo sentido em uma área habitada por 20 milhões de pessoas, disse o Centro Sismológico Europeu (EMSC).
O Hospital Regional de Ridgecrest, de onde 15 pacientes foram retirados mais cedo, parecia intacto, a não ser por algumas rachaduras novas nas paredes.
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, aprovou um decreto de emergência, e a prefeita de Ridgecrest, Peggy Breeden, disse ter declarado um estado de emergência, medida que permite à cidade receber ajuda de agências de fora.
Peggy disse que pediu aos moradores para verificarem seus vizinhos.
"Somos uma comunidade muito unida, e todos estão trabalhando para cuidar uns dos outros", disse ela à Reuters por telefone.
(Reportagem adicional de Bill Tarrant, em Los Angeles; Sandra Maler, em Washington; Lisa Richwine, em Los Angeles; Gabriella Borter e Daniel Trotta, em Nova York; Lizbeth Diaz, na Cidade do México; e Rich McKay, em Atlanta)