BUENOS AIRES (Reuters) - A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou, na manhã desta quinta-feira, o austero projeto orçamentário do presidente Mauricio Macri para 2019, em uma vitória política para o líder que tenta fazer acentuados cortes de gastos exigidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Agora, a proposta orçamentária vai para o Senado, onde deve ser votada no próximo mês. Visando a reeleição em 2019, Macri negociou um empréstimo de 57 bilhões de dólares com o FMI, se comprometendo a cortar seu déficit fiscal primário de uma previsão de 2,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018.
A votação na Câmara dos Deputados foi de 138 votos a favor e 103 contra, com 8 abstenções, após um debate de 18 horas que começou ao meio-dia de quarta-feira e que foi marcado por violentos protestos do lado de fora do Congresso, onde a polícia de choque usou gás lacrimogêneo, canhões d'água e balas de borracha.
Milhares de ativistas liderados por professores, organizações sociais e grupos de esquerda contrários às medidas de austeridade de Macri protestaram pacificamente em frente ao Congresso na quarta-feira, mas pequenos grupos de manifestantes jogaram pedras e entulhos durante as marchas. A Polícia Federal disse que 18 pessoas foram presas até a tarde de quarta-feira.
Frustrados com a recessão exacerbada por cortes em subsídios de utilidade pública que elevaram contas de eletricidade e aquecimento, os argentinos estão pessimistas sobre a habilidade de Macri estabilizar a economia com suas políticas ortodoxas, indicou recente pesquisa de opinião.
(Reportagem de Hugh Bronstein; Reportagem Adicional de Cassandra Garrison)