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Caminhoneiros e Copa pesam sobre vendas de shoppings no 2º tri; melhora só no 4ºtri

Publicado 02.07.2018, 09:27
Atualizado 02.07.2018, 09:30
© Reuters. Ruas de São Paulo vazias durante jogo do Brasil na Copa do Mundo
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Por Gabriela Mello

SÃO PAULO (Reuters) - Os shoppings brasileiros devem colher resultados mais fracos no segundo trimestre deste ano sobre igual período de 2017, com uma combinação de eventos que inclui a greve dos caminhoneiros e a Copa do Mundo de futebol se somando ao ritmo mais lento que o esperado da recuperação econômica do país.

"A tendência é um segundo trimestre mais negativo", disse à Reuters Gustavo Cambauva, analista do BTG Pactual (SA:BPAC11). Ele destacou que, diferentemente de 2017, a Páscoa, uma das datas mais importantes para o varejo, este ano não caiu em abril, enquanto maio foi afetado pela greve de caminhoneiros e junho pela Copa do Mundo.

Dados mais recentes divulgados pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) mostram que o fluxo de visitantes nos mais de 570 empreendimentos do país caiu 2,3 por cento em maio sobre um ano atrás, interrompendo uma sequência de altas desde o começo deste ano em decorrência da paralisação de 11 dias dos caminhoneiros.

Somente na última quarta-feira, dia 27, a maioria das lojas em shoppings da Multiplan (SA:MULT3) e do Iguatemi (SA:IGTA3) na região da Vila Olímpia, em São Paulo, fecharam depois do almoço para o jogo do Brasil contra a Sérvia pela Copa do Mundo, às 15h.

O faturamento do varejo brasileiro acumulou queda média de 25 por cento nos três dias de jogos da seleção brasileira, de acordo com um levantamento divulgado na sexta-feira pela empresa de meios de pagamento Cielo (SA:CIEL3).

"Somado a esses fatores, o clima também não ajudou. Esse ano, tivemos temperaturas mais altas no outono/inverno, prejudicando as vendas de vestuário de inverno que possuem um ticket (preço) mais alto", completou Cambauva.

Representantes das principais administradoras de shopping centers do país já alertavam em teleconferências sobre os resultados do primeiro trimestre sobre os desafios que o setor teria no decorrer de 2018.

No fim de abril, o vice-presidente financeiro da Multiplan, Armando d'Almeida Neto, destacou as distrações com a Copa do Mundo e as incertezas com o cenário eleitoral entre os obstáculos do segundo trimestre. Já o presidente-executivo da BRMalls, Ruy Kameyama, advertiu que fatores sazonais poderiam interferir no indicador de vendas em mesmas lojas do período.

A Abrasce espera que o faturamento do setor entre abril e junho cresça menos que os 4,3 por cento apurados no primeiro trimestre. "Eu ainda não apostaria em retração apesar desses impactos no fluxo (de consumidores), e sim em um crescimento mais próximo de 3 por cento", disse o presidente da entidade, Glauco Humai.

De acordo com dele, o aumento das vendas no Dia das Mães (+6 por cento) em maio, e no Dia dos Namorados (+5 por cento) em junho, deve ajudar a minimizar os efeitos negativos da greve dos caminhoneiros e da Copa do Mundo.

Para Cambauva, do BTG Pactual, o terceiro trimestre também deve ser difícil na comparação com 2017, quando o setor varejista se beneficiou dos saques das contas inativas do FGTS, uma medida que injetou um total de 44 bilhões de reais na economia do país.

Em antecipação ao provável desempenho aquém do inicialmente esperado, as ações de operadores de shopping centers do país amargaram queda de dois dígitos entre abril e junho. Iguatemi caiu quase 20 por cento no segundo trimestre, enquanto Multiplan perdeu 16,2 por cento e BRMalls teve baixa de cerca de 17 por cento. O Ibovespa recuou neste mesmo intervalo aproximadamente 15 por cento.

"O terceiro trimestre ainda vai ser amarrado e o quarto tende a melhorar, dependendo do candidato eleito", concordou o presidente da Abrasce.

© Reuters. Ruas de São Paulo vazias durante jogo do Brasil na Copa do Mundo

Apesar da fraqueza no primeiro semestre, a entidade ainda não planeja revisar a projeção de alta de 6 a 6,5 por cento no faturamento dos shoppings do país em 2018. No ano passado, o setor cresceu 6,2 por cento, para 167,75 bilhões de reais.

O segundo semestre é normalmente melhor para os shoppings que o primeiro, mas as incertezas desencadeadas pelas eleições em outubro devem influenciar o comportamento dos lojistas e dos consumidores, explicou um analista do setor que preferiu não se identificar.

"A base do ano passado é certamente mais forte e a confiança também piorou um pouco... Lojistas podem esperar para promover maiores ações de marketing, então a aposta maior (de crescimento) será o quarto trimestre mesmo", disse o analista.

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