RIO DE JANEIRO (Reuters) - Em crítica à condução da economia brasileira, o candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, disse nesta terça-feira que o Brasil está levando uma goleada como a que a seleção sofreu na Copa do Mundo e prometeu que o país voltará a crescer 4 por cento ao ano em um eventual governo socialista.
Campos destacou que países latino-americanos estão crescendo em um ritmo mais alto que o Brasil, e que o desempenho dos últimos anos está colocando o país no fim da fila do crescimento regional.
"O Brasil vai voltar a crescer no nosso governo. Estamos perdendo não só no campo de futebol. Na economia também estamos perdendo de 7 a 1. A inflação está em 7 (IPCA está em 6,50 por cento até julho) e a economia abaixo de 1 ( por cento)", disse Campos a jornalistas no Rio de Janeiro, em referência à goleada de 7 x 1 sofrida pela seleção brasileira em partida contra a Alemanha durante o Mundial.
No ano passado, a economia brasileira cresceu 2,5 por cento e o mercado vem reduzindo semana após semana a projeção para o PIB deste ano. A última previsão aponta para crescimento de 0,8 por cento do PIB, e as perspectivas para 2015 também não são nada animadoras.
"Podemos ter o Brasil crescendo 4 por cento como nossos vizinhos estão fazendo. Com toda a crise mundial e seus efeitos, o Chile cresce, a Colômbia cresce e o Peru cresce. O Brasil também pode e vai crescer", disse.
Campos disse que, se eleito, vai devolver a confiança necessária ao empresário para que volte a investir e a economia crescer.
"É preciso para isso, sobretudo, confiança, liderança e passar aos agentes econômicos que o Brasil vai ser governado com responsabilidade fiscal, com sinergia entre a política monetária e fiscal e que possamos alavancar os investimentos públicos e privados", disse após encontro com o cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta.
SEGURANÇA
Na conversa com o representante da Igreja Católica, o candidato, que está na terceira posição na corrida presidencial, falou sobre temas como crescimento, distribuição de renda e violência no país.
O candidato do PSB defendeu um "pacto nacional pela vida" para reduzir as mortes por causas violentas em todo país.
Um ponto-chave para reduzir a violência, segundo ele, é o combate ao tráfico internacional por meio do fortalecimento da segurança nas fronteiras brasileiras.
"Estamos desguarnecidos, a pasta base de cocaína tem entrado, se transformado em crack e destruído a vida de famílias e o sossego de muitas cidades", disse.
O candidato acrescentou que o governo federal precisa aumentar sua participação na segurança pública, hoje uma atribuição dos governos estaduais.
Segundo Campos, de cada 100 reais investidos em segurança no Brasil apenas 15 reais vêm da União. "A União arrecada 60 por cento dos impostos e só investe isso. Tem algo errado", afirmou.
(Por Rodrigo Viga Gaier)