Por Cate Cadell
PEQUIM (Reuters) - Os Estados Unidos não podem usar pressão para forçar um acordo comercial com a China, afirmou uma autoridade sênior chinesa neste domingo, recusando-se a falar sobre se os líderes dos dois países vão se encontrar na cúpula do G20 para falar de um acordo.
A tensão comercial se intensificou com força no mês passado depois que o governo dos EUA acusou a China de ter "renegado" promessas anteriores para fazer mudanças estruturais em suas práticas econômicas.
Os EUA depois adotaram tarifas adicionais de até 25% sobre 200 bilhões em produtos chineses, levando a China a retaliar.
Falando em entrevista à imprensa, o vice-ministro de Comércio chinês, Wang Shouwen, disse que é irresponsável da parte dos EUA acusar a China de voltar atrás.
"Se o lado dos EUA quer usar pressão extrema, intensificar o atrito comercial, forçar a China a se entregar e fazer concessões, isso é absolutamente impossível", disse Wang, que faz parte da equipe de negociação da China.
Passando a falar em inglês, ele disse: "Nada está fechado até que tudo esteja fechado."
"Durante as consultas, a China superou muitas dificuldades e apresentou soluções pragmáticas. Entretanto, os EUA voltaram atrás, e quando se dá a eles um centímetro, eles querem um metro", disse ele.
Wang afirmou que os EUA fizeram exigências "exageradamente altas" e insistiram em acrescentar "exigências relacionadas a direitos soberanos da China" para o acordo dos países. O aumento das tarifas intensificou as tensões e frustrou as negociações, completou.