GENEBRA (Reuters) - A China disse nesta segunda-feira que as políticas dos Estados Unidos estão ameaçando a existência da Organização Mundial do Comércio, estabelecendo uma série de queixas em uma "proposta de reforma" da OMC publicada pela organização em seu site.
A China não citou os Estados Unidos no documento, mas fez referência ao bloqueio na indicação de juízes de apelação à OMC e tarifas de "segurança nacional" sobre alumínio, aço e carros, políticas unicamente associadas a Washington.
O documento foi publicado no momento em que a China e os Estados Unidos intensificam sua guerra comercial. Pequim afirmou nesta segunda-feira que vai impor tarifas mais altas a uma série de produtos norte-americanos, incluindo vegetais congelados e gás natural liquefeito, desafiando um alerta do presidente dos EUA, Donald Trump, para não retaliar depois que Washington elevou as tarifas sobre 200 bilhões de dólares em importações chinesas.
No documento, a China disse que "um certo membro" da OMC levantou unilateralmente barreiras comerciais e impôs tarifas de importação de forma arbitrária e sem autorização da OMC.
"O abuso da exceção de segurança nacional, medidas unilaterais inconsistentes com as regras da OMC, bem como o mal uso ou abuso das medidas de compensação comercial, já prejudicaram gravemente a ordem internacional, livre e aberta de comércio", disse o documento da OMC.
"Além disso, tais práticas afetaram negativamente os interesses dos Membros da OMC, especialmente os membros em desenvolvimento, e reduziram a autoridade e a eficácia da OMC. Como consequência, a Organização está enfrentando uma crise existencial sem precedentes."
A China disse que a OMC não é impecável, mas é o canal mais desejável para liberalizar e facilitar o comércio e o investimento em escala global.
O documento disse que a reforma deve abranger quatro áreas de ação concreta, incluindo "resolver as questões cruciais e urgentes que ameaçam a existência da OMC"; aumentar sua relevância na governança econômica global; melhorar a sua eficiência operacional e reforçar a inclusividade do sistema comercial multilateral.
(Por Tom Miles)