Por David Lawder e Chris Prentice
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos e a China iniciam uma rodada crítica de discussões comerciais nesta quarta-feira em meio a profundas diferenças sobre as exigências de Washington por reformas econômicas estruturais de Pequim que dificultarão alcançar um acordo antes do aumento tarifário em 2 de março.
Os dois lados vão se reunir nas negociações de mais alto nível desde que os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, concordaram com uma trégua de 90 dias em sua guerra comercial em dezembro.
Pessoas familiarizadas com as discussões e especialistas em comércio dizem que, até agora, tem havido pouca indicação de que as autoridades chinesas estão dispostas a tratar das principais exigências dos EUA de proteção dos direitos de propriedade intelectual norte-americanos e a acabar com políticas que Washington dizem forçar empresas dos EUA a transferir tecnologia para companhias chinesas.
As reclamações dos EUA, junto com acusações de roubo cibernético de segredos comerciais norte-americanos pela China e uma campanha sistemática para adquirir empresas de tecnologias dos EUA, foram usadas pela administração Trump para justificar as tarifas dos EUA sobre 250 bilhões de dólares em importações chinesas.
Trump ameaçou elevar as tarifas sobre 200 bilhões de dólares em bens de 10 por cento a 25 por cento em 2 de março se um acordo não puder ser alcançado. Ele também ameaçou novas tarifas sobre o restante dos bens chineses embarcados para os EUA.
"Claramente sobre as preocupações estruturais, sobre transferência forçada de tecnologia, permanece uma diferença significativa, senão um amplo abismo entre os dois lados", disse à Reuters uma pessoa familiarizada com as negociações.
Autoridades chinesas negam que suas políticas obriguem transferências de tecnologia.