Por Tom Westbrook
SYDNEY (Reuters) - Milhares de australianos saíram de casa nesta segunda-feira devido à chegada de um ciclone a cidades litorâneas de Queensland, onde as autoridades pediram que 30 mil pessoas se retirassem de áreas baixas mais suscetíveis a inundações e ventos de até 300 km/h.
O ciclone Debbie deve ganhar força antes de tocar o solo no Estado do nordeste do país no início da terça-feira, e o Escritório Australiano de Meteorologia estimou uma tempestade de categoria 4, só um nível abaixo da categoria mais perigosa.
A preocupação crescente levou o governo estadual a alertar cerca de 25 mil pessoas que vivem em partes de Mackay, cidade localizada cerca de 950 quilômetros ao norte da capital estadual Brisbane, a procurar locais mais elevados no sul.
"Por causa da intensidade deste ciclone... estamos muito preocupados, no momento, com a perspectiva de uma inundação costeira em Mackay", disse a primeira-ministra do Estado, Annastacia Palaszczuk, a repórteres, nesta segunda-feira.
"Está muito claro que a hora de as pessoas saírem é agora".
A debandada de Mackay será a maior vista na Austrália desde que o ciclone Tracy atingiu Darwin, cidade do norte do país, em 1974.
As autoridades estaduais já haviam aconselhado milhares de moradores de dois municípios centenas de quilômetros ao norte de Mackay a partir, embora algumas estivessem se preparando para enfrentar a tempestade.
Imagens de televisão mostraram residentes em áreas nos arredores de Townsville, cerca de 400 quilômetros ao norte de Mackay, protegendo casas e lojas com sacos de areia e placas de madeira compensada.
"Vamos fazer uma tentativa e trabalhar juntos", disse Mike Kennedy, morador de Cungulla, à Australian Broadcasting Corporation.
Palaszczuk avisou que esta será a tempestade mais intensa a se abater sobre o Estado desde que o Ciclone Yasi destruiu lares, plantações e resorts em ilhas em 2011.
As autoridades criaram 15 centros de retirada em partes mais seguras de Mackay como forma de providenciar abrigo para as pessoas mais ameaçadas e impossibilitadas de partir, acrescentou a premiê.
Minas de carvão e portos suspenderam suas operações e várias empresas aéreas cancelaram vários voos de e para a região nesta segunda-feira e na terça, mas dados da Thomson Reuters Eikon mostram que o ciclone não deve atingir a maioria das minas de carvão da região.
(Reportagem adicional de Byron Kaye, Sonali Paul, Colin Packham e Benjamin Weir)