Por Renee Maltezou e Alastair Macdonald
ATENAS/BRUXELAS (Reuters) - A Grécia desafiou seus credores internacionais nesta quinta-feira, se recusando a cortar aposentadorias ou facilitar demissões para atender as demandas europeias, e reduzindo as perspectivas de progresso nas negociações da próxima semana para assegurar a ajuda financeira tão necessária.
Apesar de esforços do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para persuadir o premiê grego Alexis Tsipras, de esquerda, a atender as duas condições importantes para a liberação dos fundos de resgate da União Europeia e Fundo Monetário Internacional, o porta-voz do governo grego disse que credores não podem esperar que Atenas faça todas as concessões.
"Quando você negocia, deve haver concessões mútuas", disse Gabriel Sakellaridis durante entrevista coletiva. "Não vamos avançar além dos limites de nossas linhas vermelhas", disse ele. "É claro que não podemos cortar pensões."
Sakellaridis disse que a Grécia quer que os ministros do Eurogrupo reconheçam o progresso para um acordo em declaração conjunta na segunda-feira, dando ao Banco Central Europeu espaço para deixar Atenas vender mais dívida de curto prazo para bancos gregos, o que aliviaria as necessidades imediatas gregas por recursos.
No entanto, fontes familiares com as deliberações disseram ser muito improvável que o BCE faça isso, a não ser que os ministros da zona do euro deem uma perspectiva muito forte de liberação dos fundos de resgate congelados.
A confiança entre Atenas e seus parceiros da zona do euro está em baixa, após três meses de retórica radical, obstrução de funcionários da UE e do FMI em campo, declarações políticas contraditórias e táticas de negociações inflexíveis.
((Tradução Redação Rio de Janeiro; 552122237141)) REUTERS CS RBS