Por Balazs Koranyi e Angus Berwick
MADRI (Reuters) - A União Europeia precisa de mais crescimento para restaurar a confiança das pessoas, mas a política monetária está se aproximando de seus limites, então mais integração é necessária, disseram os principais presidentes de bancos centrais europeus nesta quarta-feira.
Apresentando visões diferentes sobre o futuro da zona do euro, o presidente do banco central da França, François Villeroy, e o da Holanda, Klaas Knot, alertaram que o bloco se tornou muito dependente dos estímulos sem precedentes do Banco Central Europeu (BCE), e precisa repensar seu funcionamento.
"O que a política monetária pode alcançar em termos de crescimento é bem limitado", disse Knot, que também é membro do Conselho do BCE. "Estímulos monetários estão chegando a seus limites, e se forem mantidos por muito tempo terão efeitos negativos, como desequilíbrios financeiros e má alocações na economia em geral."
Cortando juros para o território negativo, comprando 1,7 trilhão de euros em ativos e oferecendo empréstimos super baratos ao setor bancário, o BCE empurrou o crescimento da zona do euro para além de seu potencial nos últimos anos, dando à Europa seu melhor desempenho desde o início da crise financeira.
Mas os países da zona do euro ainda divergem sobre a última década, com Itália, Espanha, Portugal e Grécia ficando atrás de seus pares, desafiando a noção de convergência e ameaçando a própria viabilidade do bloco de moeda única conforme a confiança pública se desgasta e as tensões sociais aumentam.
Villeroy argumentou que a relativa estabilidade da zona do euro, no entanto, abre uma janela para reforma, e que o bloco deveria criar uma instituição para coordenar completamente as políticas fiscal e estrutural nacionais, transferindo parte da responsabilidade nacional para um poderoso ministro das Finanças da zona do euro, com um orçamento.