BRASÍLIA (Reuters) - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista da Petrobras (SA:PETR4) aprovou nesta quarta-feira, por acordo, requerimentos pedindo a quebra de sigilos telefônico, de dados de correio eletrônico e bancários do ex-diretor da estatal Paulo Roberto da Costa, suas filhas, genro e esposa.
A CPI mista, integrada por deputados e senadores, também aprovou a quebra dos sigilos bancários, telefônico e de e-mail do doleiro Alberto Yousseff, que foi preso por uma operação da Polícia Federal que investiga, dentre outros fatores, crime de lavagem de dinheiro.
Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, também foi preso pela PF em decorrência da operação Lava Jato, mas foi liberado.
Foram convocados e tiveram seus sigilos quebrados a esposa de Costa, Marici da Silva Costa, suas filhas, Ariana Azevedo Costa Bachmann e Shanni Azevedo Costa Bachmann, e seu genro Humberto Sampaio de Mesquita.
Os parlamentares também aprovaram requerimentos convocando pessoas que podem estar envolvidas nas investigações da operação Lava Jato e pedidos de informações a órgãos de controle.
Os pedidos de quebras de sigilo foram aprovados pelo quórum mínimo necessário, já que há poucos parlamentares no Congresso devido ao período de disputa eleitoral.
Deputados e senadores também convidaram os policiais e os membros do Ministério Público que participaram das investigações.
A CPI mista deu início aos seus trabalhos no final de maio, depois que já estava em andamento uma comissão formada apenas por senadores para investigar as mesmas denúncias envolvendo a estatal.
Entre as denúncias que devem ser investigadas pelos parlamentares está a suspeita de superfaturamento na compra de uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, o suposto pagamento de propina a funcionário da Petrobras por uma empresa holandesa e possível superfaturamento na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
As investigações sobre a Petrobras têm potencial de afetar a campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff, em outubro deste ano.
A presidente se viu no centro da polêmica em torno da compra da refinaria em Pasadena ao afirmar, em nota divulgada em março, que o Conselho de Administração da Petrobras, então presidido por ela, aprovou a transação com base em um documento "técnica e juridicamente falho".
(Por Jeferson Ribeiro)