Investing.com - Apesar do fato de o Federal Reserve (Fed) ter aumentado suas previsões para três aumentos das taxas de juros em 2017 (após prever inicialmente apenas duas), os especialistas do Deutsche Bank insistem que o banco central dos EUA tende a “assumir uma postura um pouco mais pacífica” neste ano.
Todo ano o Fed alterna os presidentes dos Feds regionais que têm direito a voto em decisões de política monetária, com apenas a presidente, o vice-presidente, o conselho de diretores e a filial de Nova Iorque tendo posições permanentes no chamado Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês).
Na rotação normal para 2017, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, o do da Filadélfia, Patrick Harker, o do de Dallas, Robert Kaplan e o do de Minneapolis, Neel Kashkari, substituirão o do de St. Louis, James Bullard, a do de Kansas City, Esther George, a do de Cleveland, Loretta Mester, e o do de Boston, Eric Rosengren.
Vale ressaltar que George, Mester e Rosengren costumavam ser os únicos dissidentes em diversas decisões de política em 2016, pedindo o aumento das taxas quando a maioria do Fed preferiu mantê-las.
O Deutsche Bank, que classifica os membros do Fed em uma escala de 1 a 5, de mais pacífico para mais enérgico, considera que essas mudanças sugerem que “o FOMC deste ano será razoavelmente mais pacífico do que o do ano passado”.
"Esta é uma das razões pelas quais acreditamos que os decisores de política monetária optarão por menos aumentos das taxas em vez de mais neste ano, apesar de nossas estimativas serem de que o crescimento real do PIB será bem maior do que o esperado", afirmaram os especialistas.
Em nossas classificações, quatro membros decisores de 2017 estão classificados como nível 1, comparado com apenas dois no ano passado.
De acordo com os analistas, sendo 3 a classificação neutra, apenas o presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, foi classificado como enérgico, avaliado como nível 4.
"A conclusão da nossa tabela de classificação de 2017 é de que não há nenhum decisor muito enérgico no FOMC este ano", afirmaram.
"Pelo contrário, a média da nossa avaliação caiu para 2,1, de 2,4 em 2016", concluiu o relatório.