RIO DE JANEIRO (Reuters) - O crédito concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no ano até setembro caiu 34 por cento ante mesma etapa de 2015, e o acumulado do ano deve ser o menor desde 2008, refletindo a recessão no país e critérios mais rigorosos para liberação de recursos.
De janeiro a setembro, as concessões do banco somaram 62,2 bilhões de reais. Com isso, os financiamentos totais em 2016 devem ficar abaixo de 100 bilhões de reais, o que não acontece desde 2008, quando os desembolsos somaram 90,8 bilhões de reais.
Segundo o superintendente da área de planejamento e pesquisa do banco, Fábio Giambiagi, o fraco desempenho está ligado à crise econômica do país. "Demos um mergulho recessivo profundo da economia e isso repercutiu nos números do banco", disse a jornalistas ao comentar os números nesta quinta-feira.
A média trimestral dos empréstimos do banco tem sido de 7 bilhões de reais, bem abaixo dos cerca de 41 bilhões de reais do último trimestre de 2015.
Giambiagi destacou, porém, que o banco está se preparando para uma recuperação da atividade em 2017, que deve estimular a demanda por novos empréstimos. Tanto as aprovações de crédito quanto as consultas das empresas por financiamentos caíram neste ano, 24 e 8 por cento, respectivamente, na comparação com os primeiros nove meses de 2015.
NOVA POLÍTICA
O BNDES se prepara para anunciar novas políticas operacionais com novas condições de empréstimos, com foco em infraestrutura, apoio a micro, pequenas e médias empresas e ênfase em empréstimos a juros de mercado, disse o executivo.
O banco ainda aguarda um parecer do Tribunal de Contas da União (TCU), para pagar aportes de 100 bilhões de reais feitos pelo Tesouro Nacional no banco. Serão 3 parcelas, 40 bilhões neste ano, 30 bilhões em 2017 e outros 30 bilhões em 2018.
(Por Rodrigo Viga gaier; texto de Aluísio Alves)