(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição, afirmou nesta sexta-feira que é a favor da autonomia do Banco Central e que a isntituição não precisa de independência, que isso é restrito aos três Poderes.
O programa da candidata Marina Silva (PSB), principal adversária de Dilma na corrida presidencial, prega a independência institucional do BC e promete recuperar o tripé macroeconômico formado por meta de inflação, superávit primário e câmbio flutuante.
"Independência do Banco Central é o que está sendo proposto, autonomia acho que não precisa de lei nenhuma", disse a presidente durante sabatina do jornal O Globo.
"Eu sou a favor da autonomia relativa do Banco Central e pratico", disse a presidente ao ser perguntada sobre declaração que teria dado em 2010 em que disse considerar "importantíssima" a autonomia do BC.
"Acho que o presidente do Banco Central pode ser demitido. Autonomia do Banco Central existe, porque o presidente da República pode demiti-lo. Quem fiscaliza é o Congresso Nacional", disse Dilma, que concorre à reeleição pelo PT.
"Não precisa ser independência, independência é de Poder. O Banco Central não é um Poder, o Banco Central é uma instituição... Ele não é Poder, não tem essa independência do voto popular."
(Reportagem de Eduardo Simões, em São Paulo)