SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta quinta-feira que a economia brasileira ainda está fraca, apesar de em recuperação, com elementos que ainda precisam se fortalecer, como o emprego, e estimou crescimento em 2018 por volta de 2 por cento.
"O que estamos observando é recuperação do crescimento de forma gradual", afirmou Ilan em entrevista à rádio Jovem Pan. "Portanto, se continuar recuperando, a taxa de crescimento do ano que vem é mais para 2 por cento, até mais alta", acrescentou.
Segundo Ilan, esse cenário ajuda na condução da atual política monetária.
"À medida que a economia vai se recuperar, a inflação vai subir um pouquinho e isso permite que a gente continue o processo de queda de juros", disse, destacando ainda que o ritmo dependerá "das condições da economia, da expectativa de quanto vão chegar os juros no final".
No fim de julho, o BC cortou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, a 9,25 por cento ao ano, mantendo o ritmo de afrouxamento diante do comportamento favorável da inflação e dos fracos sinais de recuperação econômica, e sugeriu que poderá repetir a dose daqui para frente. [nL1N1KI0QM]
A autoridade monetária continuou indicando que a crise política é ainda um fator que merece atenção, mas abrandou sua avaliação sobre a interferência exercida na condução da atual política monetária, ao afirmar que o impacto da recente queda da confiança na atividade tem sido limitado.
Na entrevista à Jovem Pan, ao ser questionado sobre eventual mudança da meta fiscal para este ano, o presidente do BC disse que não comentaria questões "de curtíssimo prazo", ressaltando que as reformas, como a da Previdência, serão importantes para o país conviver com juros mais baixos de forma sustentável.
"Mesmo que tenhamos algumas subidas ou descidas ao longo do tempo", acrescentou.
Ilan disse também que a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP), que substituirá a TJLP nos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ajudará a reduzir os juros "para todo mundo".
(Por Patrícia Duarte)