BRASÍLIA (Reuters) - O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse nesta terça-feira que o governo está trabalhando para melhorar as condições da economia e que isso deverá manter a avaliação de risco do país em situação favorável, após ser questionado sobre a piora na perspectiva do rating do Brasil pela Standard & Poor's.
"Estamos trabalhando para melhorar a situação econômica em todos os seus aspectos, controle da inflação, reequilíbrio fiscal e principalmente recuperar o crescimento. Estamos confiantes que isso vai gerar efeitos no futuro próximo e manteremos a avaliação de risco em situação favorável", comentou o ministro ao deixar o Tribunal de Contas da União (TCU).
A agência de classificação risco Standard & Poor's alertou nesta terça-feira que o Brasil pode perder o grau de investimento devido a riscos políticos e econômicos.
A agência manteve a classificação de crédito do Brasil de longo prazo em moeda estrangeira em "BBB-", o nível mais baixo do grau de investimento, mas piorou de "estável" para "negativa" a perspectiva da nota, sinalizando que um rebaixamento é possível em 12 a 18 meses. Avaliou ainda que as investigações de corrupção, que envolvem empresas e políticos no âmbito da operação Lava Jato, têm um peso cada vez maior nas perspectivas fiscais e econômicas.
Questionado sobre o risco político e os efeitos dessa crise na conclusão do ajuste fiscal, o titular do Planejamento disse que o governo conseguiu aprovar medidas de rearranjo da economia no Congresso este ano e que em algumas situações, o Congresso opinou e aperfeiçoou as ações propostas.
"Passar pelo Congresso faz com que as decisões sejam mais duradouras."
Sobre a valorização da moeda norte-americana ante o real, Barbosa voltou a afirmar que o câmbio é flutuante e que o Banco Central faz intervenções quando julga necessário.
Nesta terça-feira o dólar fechou em alta pela quinta sessão consecutiva, depois que a S&P sinalizou que o país pode perder o grau de investimento, mas o avanço foi limitado porque investidores ponderaram que a deterioração da nota do país já estava parcialmente embutida nos preços. Ao fim da sessão, a divisa avançou 0,15 por cento, a 3,3690 reais na venda.
(Por Luciana Otoni; Edição de Flavia Bohone)