COLÔNIA, Alemanha (Reuters) - Os riscos associados à política monetária ultra-frouxa do Banco Central Europeu (BCE) precisam ser "monitorados de perto" após anos de expansão econômica, disse o economista-chefe do BCE, Peter Praet, nesta terça-feira.
O alerta de Praet provavelmente será tomado como um sinal de que o BCE está se tornando cada vez mais consciente dos efeitos colaterais de sua política de compras maciças de títulos e taxas de juros baixíssimas, que deve encerrar lentamente nos próximos meses.
Isso seria uma vitória para os políticos da Alemanha e outros países da zona do euro mais ricos, que há muito se queixam dos preços inflacionados das propriedades e dos títulos, como resultado da política do BCE.
"A política monetária paciente, prudente e persistente ainda é necessária", disse Praet. "Ao mesmo tempo, e em particular nesta fase do ciclo de política monetária, o risco de nossa política deve ser monitorado de perto."
Comprando 2,6 trilhões de euros em dívidas ao longo de quase quatro anos, o BCE reduziu os juros para estimular os empréstimos na zona do euro, que cresceu no ritmo mais rápido desde 2009 no mês passado.
Mas o crescimento econômico diminuiu este ano e a expansão dos empréstimos também pareceu se estabilizar, sugerindo que o ciclo de crescimento do bloco atingiu o pico à medida que o banco central começa a reduzir suas medidas de estímulo.
Ainda assim, Praet alertou que à medida que o ciclo econômico da zona do euro amadurece e a política monetária permanece frouxa, mais países podem implementar ferramentas nacionais ou localizadas para lutar contra a acumulação de estresse financeiro.
O banco central disse que espera parar de comprar títulos no final deste ano, mas manterá as taxas de juros em seu atual nível recorde "durante o verão" (no hemisfério norte) do próximo ano.
Os investidores do mercado monetário esperam que o primeiro aumento da taxa do BCE desde 2011 seja em outubro ou dezembro do próximo ano.
(Reportagem de Balazs Korany; Escrita por Francesco Canepa)