Por Ju-min Park e Jack Kim
SEUL (Reuters) - Importantes assessores dos líderes das Coreias do Norte e do Sul retomaram as conversas neste domingo, depois de negociarem noite adentro, numa tentativa de diminuir as tensões que envolveram uma troca de tiros de artilharia, o que colocou a península à beira de um conflito armado.
A reunião na vila de Panmunjon, dentro da zona desmilitarizada, começou no fim do sábado logo após o final do prazo estabelecido pela Coreia do Norte para que Seul parasse com as transmissões de propaganda anti-Pyongyang, ou enfrentasse uma ação militar. O encontro foi interrompido antes do amanhecer de domingo.
Mesmo com as negociações sendo reiniciadas, os países rivais mantinham o alto alerta militar, com o Norte empregando o dobro da sua força de artilharia normal na fronteira, e com a maioria da sua frota de submarinos – mais de 50 – fora das suas bases, de acordo com o Ministério da Defesa da Coreia do Sul.
O Sul, cujos militares também estão em alto alerta, disse que não tinha planos para interromper a transmissão da propaganda que causou o atual impasse.
Os enviados, mostrados na TV se cumprimentando com sorrisos fechados no início da reunião, discutiram formas de resolver a tensão e melhorar as relações, segundo comunicado do governo sul-coreano.
"Os dois lados estão sob grande pressão para conseguir algum resultado", disse Jeon Young-sun, professor da Universidade de Konkuk em Seul. Ele disse que a duração da reunião de alto nível pode ser sem precedentes.
As negociações ocorreram na Casa da Paz da Coreia do Sul, ao sul de Panmunjon, no mesmo local onde um diálogo de menor escalão entre os dois rivais se deu em fevereiro de 2014, sem que houvesse um entendimento.
As negociações foram interrompidas para que os dois lados consultassem os seus respectivos governos e para um lanche, relatou a Yonhap, agência de notícias da Coreia do Sul.
"A Coreia do Norte quer o fim das transmissões, enquanto a Coreia do Sul não pode fazer isso sem conseguir algo em troca", declarou Jeon.