Por Philip Blenkinsop e Robin Emmott
BRUXELAS (Reuters) - O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, prometeu aos seus anfitriões da União Europeia nesta terça-feira que Pequim não obrigará mais empresas estrangeiras a compartilharem informações sensíveis quando operarem na China e que está disposto a debater os subsídios industriais.
Assinalando uma mudança considerável, a promessa feita por Li na cúpula anual de líderes UE-China vem na esteira de ofertas semelhantes aos Estados Unidos, e pode sinalizar uma abertura que empresas europeias vêm pleiteando há tempos.
O anfitrião da cúpula, Donald Tusk, considerou-a um avanço.
"Empresas europeias terão um tratamento igual", disse Li em uma coletiva de imprensa após a reunião de três horas em Bruxelas, propondo criar um mecanismo de solução de disputas para tratar de queixas de companhias estrangeiras na China.
Governos ocidentais se queixam há tempos de que suas empresas sofrem pressões para ceder conhecimento tecnológico a parceiros de empreendimentos conjuntos, autoridades ou agências reguladoras como condição para fazer negócios na China.
Subsequentemente, a tecnologia é usada por concorrentes chineses, prejudicando firmas ocidentais, diz a UE, que teme um domínio chinês em indústrias estratégicas.
Tusk disse ter sido a primeira vez que a China aceitou se envolver em debates sobre reformas das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), "essa prioridade central para a Europa".
A China também concordou em abordar os receios da UE sobre subsídios estatais a empreendimentos industriais.
"Os dois lados intensificarão os debates com o objetivo de fortalecer as regras internacionais sobre subsídios industriais", disseram as duas potências comerciais globais no comunicado final da cúpula.