BRASÍLIA (Reuters) - A equipe econômica quer adiar a discussão sobre mudanças na "regra de ouro" das contas públicas para depois da votação da reforma da Previdência, que já exigirá grande mobilização da base aliada, afirmou à Reuters nesta segunda-feira uma fonte do governo com conhecimento direto do assunto.
Segundo a fonte, o assunto será tratado em coletiva à imprensa nesta tarde, às 15h, pelos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira.
Inscrita na Constituição, a regra proíbe que o governo faça operações de crédito (empréstimos) para bancar despesas correntes, como para o custeio da máquina pública.
De olho na impossibilidade de cumpri-la em 2019, o governo trabalhava em conjunto com a Câmara dos Deputados numa saída legal para flexibilizar a "regra de ouro" para próximo ano, com o estabelecimento de algumas contrapartidas.
Fontes disseram à Reuters na semana passada que o deputado Pedro Paulo (MDB-RJ) ficaria responsável por estruturar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) sobre o assunto.
Mas diante das dificuldades que se impõem para a aprovação da impopular reforma da Previdência, principalmente num ano de eleições, a equipe econômica buscará concentrar esforços na alteração das regras para aposentadoria, evitando desgastes políticos por outras medidas consideradas menos prioritárias no momento.
A reforma da Previdência deve ser votada na Câmara dos Deputados em meados de fevereiro.
(Por Marcela Ayres)