Istambul, 14 set (EFE).- O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, criticou nesta sexta-feira o banco central do país por ter aumentado os juros básicos ontem como medida contra a cada vez maior inflação e disse que sua paciência com a instituição está acabando.
Erdogan denunciou que, nos 16 anos nos quais está no poder na Turquia (tanto como primeiro-ministro como presidente), "o Banco Central fez muitas declarações sobre a inflação, mas nunca acertou", e que a instituição teve que revisar frequentemente suas previsões.
O presidente turco fez estas declarações em reunião com delegados provinciais de seu partido, o islamita Justiça e Desenvolvimento (AKP), segundo a agência "Anadolu".
Ontem mesmo, poucas horas antes de o banco central aumentar os juros de 17,75% para 24%, Erdogan se declarou taxativamente contra a utilização de um "instrumento de exploração como taxas de juros" para conter a inflação, apesar de ter reconhecido que o órgão é independente.
"Dissemos que é independente (...) Agora vamos ver que resultado essa independência terá. Estou agora em uma fase de paciência, mas a paciência tem um limite", advertiu Erdogan.
O presidente da Turquia denunciou, além disso, que a moeda turca sofreu um ataque "sem necessidade econômica, nem causas razoáveis".
Imediatamente depois de o banco central anunciar o aumento dos juros, a lira turca reagiu com força e, em poucas horas, recuperou 5% de seu valor.