ISTAMBUL (Reuters) - O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse nesta segunda-feira que um ataque à economia turca não é diferente de um ataque à sua bandeira ou o chamado islâmico à oração, respondendo à recente onda de venda da lira.
Em discurso pré-gravado para marcar o festival de quatro dias do Eid al-Adha, que começa nesta terça-feira, Erdogan disse que o objetivo da crise monetária é "deixar a Turquia e seu povo de joelhos".
A lira despencou cerca de 40 por cento neste ano frente ao dólar, afetada pelas preocupações com a influência de Erdogan sobre a política monetária e com o agravamento do conflito diplomático com os Estados Unidos. A aversão ao risco se espalhou para outras moedas de mercados emergentes e ações globais nas últimas semanas.
Em meio à tensão, vários tiros foram disparados mais cedo de um veículo na embaixada dos EUA na capital turca. Ninguém ficou ferido.
"O ataque à nossa economia não tem absolutamente nenhuma diferença em relação aos ataques à nossa oração e à nossa bandeira. O objetivo é o mesmo. O objetivo é colocar a Turquia e o povo turco de joelhos, para torná-la prisioneira", disse Erdogan.
"Aqueles que pensam que podem fazer a Turquia ceder com a taxa de câmbio logo perceberão que estão enganados".
Erdogan não chegou a nomear diretamente nenhum país ou instituição mas, no passado, culpou o "lobby da taxa de juros", as agências de classificação de risco do Ocidente e os financistas.
Grande parte da tensão recente tem se concentrado em torno de um pastor norte-americano cristão evangélico, Andrew Brunson, detido na Turquia por acusações de terrorismo, o que ele nega.