SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira que a expectativa é de ver a reforma da Previdência aprovada em outubro, prazo que contemplaria sua apreciação tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado.
Falando a jornalistas após participar de conferência organizada pelo Goldman Sachs, Meirelles avaliou que não há espaço para flexibilização do projeto, que preservou ao redor de 75 por cento dos benefícios fiscais calculados originalmente pela equipe econômica da forma como aprovado em comissão especial na Câmara.
"Achamos que funciona, mas não há muita margem para mudar isso", disse, voltando a ressaltar a importância da matéria para o reequilíbrio fiscal no país.
Na véspera, a Câmara dos Deputados rejeitou a denúncia contra o presidente Michel Temer pelo crime de corrupção com o apoio de 263 parlamentares -- pouco acima da maioria, mas num número ainda distante dos 308 necessários para aprovar uma mudança constitucional, como a proposta para a Previdência.
Questionado a respeito dessa diferença, Meirelles avaliou que são votações diferentes.
"O que foi feito foi uma decisão específica, sobre um assunto específico e que foi tomada decisão clara a esse respeito, com quórum demandado para aquela decisão", disse.
Meirelles disse ainda que o governo está "trabalhando duro" na reforma tributária, que deverá ser apresentada ao Congresso Nacional "proximamente". Para esta reforma, prevê votação ainda em 2017.
Questionado sobre a viabilidade da meta fiscal deste ano, que vem sendo colocada em xeque diante da fraqueza na arrecadação e frustração com receitas extraordinárias, Meirelles afirmou que a princípio a meta é de déficit primário de 139 bilhões de reais, e que o objetivo é cumpri-la.
O ministro ressaltou que a equipe econômica está observando com cuidado e atenção a evolução da arrecadação para saber se serão necessárias medidas adicionais.
Nesta quinta-feira, a Receita Federal divulgou que a segunda rodada do programa de regularização de ativos no exterior, mais conhecido como repatriação, gerou receitas de 1,615 bilhão de reais, bem abaixo da última estimativa oficial do governo, de 2,85 bilhões de reais.
(Por Thais Freitas)