Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - A economia do Brasil registrou forte recuo em 2016 pelo segundo ano consecutivo, indicaram dados do Banco Central nesta quinta-feira, evidenciando o desafio para a retomada após o mergulho da atividade.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), caiu 4,55 por cento em 2016.
Somente no quarto trimestre do ano o IBC-Br encerrou com queda de 0,36 por cento sobre os três meses anteriores, sempre em dados dessazonalizados. Em dezembro, o índice caiu 0,26 por cento ante novembro, desempenho pior que a contração de 0,20 por cento estimada em pesquisa da Reuters.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará os dados do PIB de 2016 em 7 de março.
Por ora, a expectativa de economistas na pesquisa Focus mais recente, realizada pelo BC junto a uma centena de economistas, é de um tombo de 3,5 por cento, após retração de 3,8 por cento em 2015 e de 0,8 por cento no terceiro trimestre, segundo números do IBGE.
Os dados corroboram a leitura da pior recessão atravessada pelo país em dois anos desde que os registros oficiais começaram, em 1901.
Para este ano, a projeção do mercado é de uma expansão de 0,48 por cento do PIB, bem abaixo da estimativa do governo de 1,0 por cento.
Em 2016, o varejo do Brasil teve queda de 6,2 por cento, pior dado histórico, com a demanda fraca impactando de forma generalizada as vendas, com destaque para supermercados.
O setor de serviços foi na mesma linha, com contração recorde de 5,0 por cento em meio às fortes perdas na atividade de transportes.
Por sua vez, indústria brasileira teve uma diminuição de 6,6 por cento na produção, terceiro ano seguido de perdas.
O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.