WASHINGTON (Reuters) - Autoridades norte-americanas acusaram duas executivas do banco francês Société Générale (PA:SOGN) de participarem de um esquema para manipular a taxa de juros de referência global Libor em dólares norte-americanos.
Danielle Sindzingre, ex-líder global de tesouraria do banco, e sua subordinada Muriel Bescond, ex-chefe de tesouraria em Paris, foram acusadas de fornecer falsas informações sobre a qual taxa o banco poderia tomar dinheiro emprestado.
O Société Générale disse nesta sexta-feira que está cooperando com as autoridades. Os advogados de defesa ainda não foram encontrados.
Os bancos usam a Libor para fixar os juros em centenas de trilhões de dólares em hipotecas, cartões de crédito e outros empréstimos. A Libor (London Interbank Offered Rates) em várias moedas é calculada com base nas informações fornecidas por bancos sobre quanto pagam para tomar dinheiro emprestado.
Os procuradores disseram que, de maio de 2010 a outubro de 2011, Sindzingre, Bescond e vários outros envolvidos que não foram acusados ou identificados na denúncia fizeram com que o banco francês informasse taxas de juros mais baixas do que realmente usadas para estabelecer a Libor em dólares.
De acordo com a acusação, o esquema pretendia fortalecer a reputação do banco após analistas de fora do banco chamaram a atenção para taxas de juros mais altas do que a média reportada pelo Société Générale.
Os relatórios falsos levaram, por vezes, a definição de uma Libor mais baixa em dólares, afetando milhões de transações vinculadas a referência e causando mais de 170 milhões de dólares em prejuízos aos mercados financeiros globais, disseram os procuradores.
Sindzingre e Bescond são acusadas de conspiração e de divulgarem relatórios falsos.
(Por Brendan Pierson e Jonathan Stempel)
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