Por David Shepardson e Ana Isabel Martinez
WASHINGTON/CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - A proposta do acordo comercial entre os Estados Unidos e o México permitirá que o presidente norte-americano, Donald Trump, imponha tarifas punitivas por "segurança nacional" de até 25 por cento sobre importações de automóveis, utilitários esportivos e autopeças produzidos no México acima de certos volumes, disseram executivos e fontes na terça-feira.
Os Estados Unidos e o México concordaram na segunda-feira em reformular o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), pressionando o Canadá a aceitar as novas regras de comércio de automóveis e de resolução de disputas para continuar fazendo parte do pacto entre as três nações.
Um acordo paralelo não divulgado anteriormente entre os dois países permitirá ao Estados Unidos adotar tarifas de segurança nacional sobre as importações anuais de carros e SUVs mexicanos, abrangendo mais de 2,4 milhões de veículos, um número que excede significativamente o total de importações do ano passado. O acordo paralelo permitirá taxas de segurança nacional sobre as importações de autopeças acima do valor de 90 bilhões de dólares por ano na mesma base.
O governo Trump planeja anunciar nas próximas semanas os resultados de uma investigação sobre se importações de automóveis e autopeças representam um risco à segurança nacional.
O estudo poderia ser utilizado para justificar as tarifas de 25 por cento dos EUA sobre as importações de automóveis, sob o argumento de que proteger a indústria automobilística dos EUA é vital para a segurança nacional sob uma lei comercial da época da Guerra Fria.
As montadoras estão preocupadas que o acordo sinalize que os Estados Unidos também possam usar as tarifas de segurança nacional para obter concessões da União Europeia e do Japão também. Elas disseram que as tarifas podem custar centenas de milhares de empregos e elevar drasticamente os preços dos veículos.