Washington, 19 set (EFE).- O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, começou nesta terça-feira uma reunião de dois dias sobre política monetária na qual pode anunciar a redução da sua carteira de treasuries e títulos lastreados em hipotecas e dar indícios sobre a possibilidade de uma nova alta das taxas de juros até o final do ano.
A reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que administra a política monetária dos EUA, terminará amanhã com a divulgação de seu esperado comunicado às 14h (horário local; 15h de Brasília) e a posterior coletiva de imprensa da presidente do Fed, Janet Yellen, prevista para meia hora depois.
Além disso, o banco central americano divulgará suas novas projeções macroeconômicas, que incluem as de crescimento, emprego e inflação.
Analistas políticos esperam que o Fed anuncie formalmente a redução da sua enorme carteira de treasuries, acumulada durante o multimilionário programa de estímulo monetário lançado em 2008 para enfrentar a aguda crise financeira global.
A carteira de treasuries, cuja maior parte é de bônus do Tesouro americano e ativos respaldados por hipotecas, passou de US$ 1 trilhão em 2008 para US$ 4,5 trilhões na atualidade.
Assim como o programa de compra em 2008 não teve precedentes, analistas advertiram que, apesar de o Fed já ter dado sinais claros da sua intenção, a decisão não está ausente de riscos.
"Nunca vimos um banco central se desfazer de US$ 1 trilhão em ativos respaldados por hipotecas, estamos preocupados sobre como será", afirmou Matthew Jozoff, chefe de dívida hipotecária do banco JPMorgan, ao "The Wall Street Journal".
A expectativa é de que o Fed faça esta retirada de maneira gradual e deixe que os ativos cheguem sua data de vencimento.
Por outro lado, não são esperadas novidades no que se refere às taxas de juros de referência, que atualmente estão entre 1% e 1,25%.
O Fed elevou os juros em duas ocasiões em 2017 e deve aplicar um novo aumento na sua última reunião do ano, em dezembro.