BRUXELAS (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) identificou a dívida da Itália como um risco grande para a economia da zona do euro, assim como as tensões comerciais globais e uma separação britânica da União Europeia sem acordo, disse uma fonte da UE à Reuters nesta quarta-feira, antecipando um relatório que o FMI apresentará na semana que vem.
Ainda nesta quarta-feira, a Comissão Europeia deve dizer que uma medida disciplinar em reação à dívida crescente da Itália é justificada, abrindo caminho para um monitoramento possivelmente mais rígido das finanças do país e para sanções financeiras.
O relatório anual do FMI sobre a zona do euro será apresentado pela diretora-gerente da entidade, Christine Lagarde, em uma reunião de ministros da zona do euro em 13 de junho, disse a fonte. As principais questões já foram debatidas com representantes da zona do euro nesta semana.
O FMI acredita que o crescimento da zona do euro será retomado no final deste ano, mas prevê riscos grandes que podem se materializar no outono, o que levaria a um período prolongado de inflação e crescimento baixos.
O fundo vê riscos altos em países da zona do euro com dívidas altas que não estão preparando salvaguardas suficientes. A Itália é considerada o caso mais arriscado, já que o FMI considera que as políticas de gastos liberais de seu governo eurocético representam uma "grande violação" em potencial das regras fiscais da UE, segundo a fonte.
Se a Comissão Europeia e os ministros da UE endossarem essa avaliação, a Itália pode enfrentar sanções financeiras a partir de agosto.
O FMI também vê riscos em um Brexit sem acordo, uma eventualidade para a qual muitos setores econômicos não estão preparados, com exceção do setor financeiro, disse a fonte.
(Por Francesco Guarascio)