Paris, 29 ago (EFE).- Os ministros de Finanças da França, Bruno Le Maire, e da Alemanha, Olaf Scholz, se mostraram nesta quarta-feira confiantes quanto a haver "progressos muito concretos" em relação à união monetária e à criação de um orçamento para a zona do euro antes do fim deste ano.
Em um pronunciamento diante da patronal francesa, Medef, Scholz ressaltou esta é a "oportunidade de ter sucesso antes do final de ano", enquanto Le Maire foi mais longe ao destacar que até o final 2018 "haverá progressos muito concretos na união monetária".
O alemão enfatizou a necessidade de reduzir riscos no sistema bancário e de elaborar um orçamento para a zona do euro, algo para o qual seu homólogo francês acredita que já foram estabelecidas "algumas bases comuns".
Scholz também sugeriu a Le Maire a criação de um seguro de desemprego europeu, que sirva de complemento aos sistemas nacionais, aos quais deveria apoiar em momentos de grandes crises, uma ideia lançada em junho deste ano e que foi bem aceita pela França.
"Em 2008, quando o banco Lehman Brothers faliu, ninguém acreditava que explodiria a crise. Agora estamos mais bem preparados, mas ainda não fizemos toda a tarefa", lembrou o ministro alemão, que pediu aos parceiros europeus que levem em conta que, com a saída do Reino Unido da UE, 85% do PIB do bloco será em euros.
Le Marie e Scholz também se pronunciaram sobre as tensões comerciais com os Estados Unidos, com especial dureza por parte do ministro francês.
"Não aceitamos que os EUA se transformem no guardião do comércio internacional", disse Le Maire, que insistiu que "o papel da Europa não é observar a história, mas fazê-la com seus próprios valores".
Por sua vez, o alemão considerou em seu discurso que não chegar a um acordo sobre o "Brexit" com o Reino Unido "não é uma boa solução", e que será preciso achar uma forma de manter uma relação estreita com os britânicos no futuro, já que "nossas economias estão demasiadamente vinculadas umas com as outras".
Scholz defendeu que, embora França e Alemanha liderem a reflexão sobre as reformas econômicas na Europa, "não impõem medidas bilaterais".