PARIS (Reuters) - Simone Veil, política francesa sobrevivente do Holocausto que garantiu a legalização do aborto na França nos anos 1970, morreu em sua casa em Paris nesta sexta-feira, aos 89 anos, informou a família.
Sobrevivente judia do campo de extermínio nazista de Ravensbruck que tinha o número de prisioneira 78651 tatuado no braço, ele era uma defensora das liberdades civis e da integração europeia, tendo se tornado a primeira presidente do Parlamento europeu eleita diretamente em 1979.
Embora distante dos holofotes da nação desde 2007, quando deixou sua cadeira no principal tribunal constitucional do país, ela desfrutava de grande respeito em todo o espectro político e continuou sendo uma das políticas mais populares nas pesquisas de opinião.
O presidente francês, Emmanuel Macron, ofereceu suas condolências. "Que seu exemplo inspire nossos compatriotas, que encontrarão nela o melhor da França", disse Macron em uma mensagem à família.
A experiência de Simone no campo de concentração a transformou em uma defensora apaixonada da União Europeia, mas ela ficou mais conhecida em sua nação por legalizar o aborto em 1974, quando era ministra da Saúde no governo do presidente Valéry Giscard d'Estaing.
Praticamente desconhecida quando entrou no governo, ela lutou aguerridamente contra um Parlamento hostil e dividiu a opinião pública para levar adiante um projeto de lei que se tornou conhecido como a "Lei Veil", fazendo da França o primeiro país majoritariamente católico a legalizar o aborto.
Simone Jacob nasceu em Nice, na Riviera, em 13 de julho de 1927. Toda sua família foi presa pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial, e seu pai, sua mãe e seu irmão morreram em campos de concentração.
Depois de guerra ela estudou Direito no Instituto de Estudos Políticos de Paris e se tornou uma magistrada, conquistando diplomas honorários da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, e do Instituto Weizman de Israel.
Ela foi casada com Antoine Veil, empresário proeminente que comandou várias empresas de destaque e morreu em 2013, com quem teve três filhos.
(Por Paul Taylor e Michel Rose)