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Investing.com – Os índices futuros das Bolsas norte-americanas operam em alta nesta terça-feira, após o presidente Donald Trump adiar a imposição de tarifas sobre produtos da União Europeia. A decisão abre espaço para negociações que podem evitar uma escalada comercial prejudicial.
No cenário corporativo, a Nvidia desenvolve um novo chip voltado ao mercado chinês, enquanto a Tesla reportou queda acentuada nas vendas na Europa em abril.
Já o bitcoin recua das máximas recentes, às vésperas de uma conferência relevante para o setor de criptoativos.
No calendário econômico do Brasil, os investidores acompanharão hoje a divulgação do IPCA-15, considerado um sinalizador da inflação oficial para o mês de maio.
1. Os futuros dos EUA sobem com alívio nas tensões comerciais com a UE
Os índices futuros de Wall Street avançam de maneira robusta, após Trump concordar em postergar a aplicação de tarifas sobre importações da União Europeia, elevando as expectativas de uma resolução negociada para o impasse comercial.
Às 7h15 de Brasília, o S&P 500 futuro subia 70 pontos, equivalente a 1,2%, o Nasdaq 100 futuro ganhava 290 pontos, ou 1,4%, e o Dow futuro valorizava 435 pontos, ou 1,1%.
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Na sexta-feira, antes do feriado do Memorial Day, os principais índices recuaram mais de 2%, reagindo à ameaça de uma tarifa de 50% sobre produtos europeus, com início previsto para 1º de junho, segundo proposta anterior de Trump, que justificou a medida com a falta de avanços nas tratativas comerciais.
No domingo, contudo, o presidente dos EUA anunciou que o prazo será estendido até 9 de julho, após diálogo com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
Von der Leyen, em postagem na rede X, demonstrou otimismo, afirmando que o bloco está disposto a conduzir as negociações de forma célere e determinada.
Esse recuo de Trump evidencia a volatilidade de sua política comercial e acentua a insegurança dos investidores quanto à trajetória da economia americana.
Diante desse ambiente, os mercados acompanham com atenção as falas do presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, e de John Williams, presidente do Fed de Nova York, que se somam às manifestações recentes de outros dirigentes da instituição.
“Diversos membros do Fed se pronunciaram. A percepção predominante é que as tarifas podem gerar riscos tanto para o crescimento quanto para a estabilidade dos preços. A postura mais prudente é aguardar”, avaliaram analistas do Morgan Stanley (NYSE:MS), antecipando o tom da reunião do Fomc em junho.
2. Nvidia prepara novo chip de IA para China; vendas da Tesla caem na Europa
A Nvidia (NASDAQ:NVDA) planeja lançar, possivelmente já em junho, um novo chip de inteligência artificial destinado ao mercado chinês, segundo informações da Reuters.
O produto, que deverá ter preço inferior ao do modelo H20, atualmente submetido a restrições de exportação dos EUA, contará com especificações mais modestas e exigirá processos produtivos menos complexos, utilizando memória GDDR7 convencional, em contraste com a memória de alta largura de banda presente nos chips de IA mais sofisticados.
O desenvolvimento atende à necessidade da companhia de contornar as novas barreiras impostas por Washington, mantendo sua competitividade na China.
Desde 2022, a participação da Nvidia nesse mercado caiu de 95% para 50%. Ainda assim, o CEO Jensen Huang reiterou que a China segue como um mercado estratégico, com potencial para gerar até US$ 50 bilhões em receitas nos próximos anos.
A empresa enfrenta concorrência crescente da Huawei, que vem ampliando suas capacidades no desenvolvimento de semicondutores voltados à inteligência artificial.
Já a Tesla (NASDAQ:TSLA) reportou retração expressiva nas vendas na Europa em abril, com recuo de quase 50% na comparação anual, conforme dados divulgados nesta terça-feira.
Os registros de novos veículos da montadora na União Europeia, na EFTA e no Reino Unido totalizaram 7.261 unidades no mês, ante 14.228 no mesmo período de 2024, segundo a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis.
A participação de mercado da Tesla na região também sofreu queda relevante, passando de 1,3% para 0,7%.
O declínio ocorre apesar da expansão nas vendas gerais de veículos elétricos a bateria na Europa, que cresceram 34,1% no ano, alcançando 145.341 unidades em abril.
Já o mercado automotivo europeu como um todo teve leve retração, com 1,07 milhão de novos registros, frente a 1,08 milhão no ano anterior.
A Tesla lida atualmente com uma combinação de desafios: concorrência crescente de montadoras europeias que expandem seus portfólios elétricos, além de aumento das exportações de veículos chineses para o continente, mesmo diante de tarifas mais altas.
Adicionalmente, persiste um movimento de boicote à marca, associado à figura do CEO Elon Musk e suas posições políticas, que continua afetando sua performance na região.
3. Bitcoin recua antes de evento crucial em Las Vegas
O bitcoin opera em baixa nesta terça-feira, corrigindo parte dos ganhos após ter renovado sua máxima histórica na semana passada, enquanto os investidores aguardam o início da conferência Bitcoin 2025, em Las Vegas.
No momento da redação, a maior criptomoeda do mundo recuava 0,9%, cotada a US$ 109.050.
O ativo atingiu quase US$ 112.000 na quinta-feira anterior, impulsionado por um ambiente regulatório mais favorável e pela crescente adoção institucional.
Agora, o foco se volta para a conferência Bitcoin 2025, que acontece no Venetian Expo. O evento deste ano promete ser o maior da história, reunindo mais de 30 mil participantes, 400 palestrantes e cerca de 5 mil empresas do setor.
4. Petróleo se mantém estável antes da decisão da Opep+
As cotações do petróleo operam com variações discretas nesta terça-feira, enquanto os investidores aguardam os desdobramentos da reunião da Opep+, que poderá sinalizar ajustes na oferta global.
No momento da redação, os contratos futuros do Brent caíam 0,1%, negociados a US$ 64,08 por barril, enquanto o WTI recuava 0,1%, para US$ 61,47.
Segundo fontes consultadas pela Bloomberg, o cartel discute a possibilidade de elevar a produção em 411 mil barris por dia a partir de julho, embora a decisão final ainda não tenha sido formalizada.
A Opep+ segue no processo de reversão dos cortes adotados anteriormente, com incrementos programados para maio e junho.
5. Prévia da inflação oficial no Brasil
O mercado local vai analisar hoje mais dados de inflação, com a apresentação do IPCA-15, índice muito semelhante ao oficial, divulgado pelo IBGE, mas que capta as variações de preços aos consumidores do dia 16 do mês anterior ao dia 15 do mês de referência.
No último relatório, o indicador avançou 0,43% em abril, a menor alta mensal desde janeiro deste ano, quando subiu 0,11%. Apesar disso, foi o maior resultado para um mês de abril desde 2023, quando marcou 0,57%.
Na comparação anual, a taxa acumulada acelerou pelo terceiro mês seguido, passando de 5,26% em março para 5,49%, o nível mais elevado desde fevereiro de 2023.
Para o próximo relatório, o mercado projeta uma leve aceleração em maio, segundo mediana das estimativas coletadas pelo Broadcast junto a 35 instituições. As projeções variam de 0,35% a 0,53%. Para a taxa acumulada em 12 meses, a expectativa é de estabilidade em 5,49%.
A elevação nas tarifas de energia elétrica aparece como principal vetor de pressão no mês, enquanto o grupo de alimentos e bebidas, que vinha pressionando o índice, tende a apresentar alívio.