BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal abriu nesta terça-feira o caminho para concessão de descontos aos Estados no pagamento de dívidas com a União no âmbito das discussões sobre o alongamento desses passivos, afirmaram nesta terça-feira governadores que se reuniram com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.
"Se falava apenas no alongamento na reunião de sexta-feira passada, hoje o ministro Barbosa já apresentou outra proposta ... dando espaço para um desconto que seria de 20 por cento por dois anos e de 40 por cento por um ano", afirmou o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), na saída do encontro.
Segundo o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), os Estados que aderirem ao desconto por um ano, não poderão fazer novos financiamentos por dois anos. Para o desconto de dois anos, novos financiamentos ficariam vetados pelo prazo de quatro anos.
Alckmin disse que o mecanismo proposta não implica em qualquer redução do tamanho da dívida. "Não tem nenhum perdão, você só tem alongamento. (A União) não está abrindo mão de um centavo", disse.
Também falando à imprensa, o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), afirmou que a proposta da União "melhorou um pouco". Ele reiterou que a ideia é que o desconto seja aplicado às parcelas, sendo que o estoque total da dívida não seria reduzido.
Colombo falou sobre outras contrapartidas que teriam sido colocadas pelo governo para concessão desse benefício, incluindo o aumento do corte nos cargos comissionados de 10 para 20 por cento.
Procurado, o Ministério da Fazenda não deu mais detalhes sobre a proposta até o momento.
(Por Marcela Ayres e Cesar Raizer)