BRASÍLIA (Reuters) - O governo do presidente Michel Temer não anunciará as novas metas fiscais para 2017 e 2018 nesta segunda-feira em meio a indefinições que ainda persistem sobre receitas e despesas que vão compor o rombo primário, segundo fontes com conhecimento direto do assunto.
Uma das fontes pontuou que a intenção da equipe econômica é manter a cautela para assegurar que os números não precisem ser novamente revistos, como já ocorreu com a meta de 2018 mais cedo neste ano.
Ainda não há definição concreta sobre quando haverá o anúncio, mas a segunda fonte destacou que a perspectiva é que a divulgação seja feita na terça-feira.
Até o momento, a ideia é que as metas subam para um déficit primário de 159 bilhões de reais neste e no próximo ano, ressaltando a dificuldade para a retomada do equilíbrio fiscal diante da fraqueza na arrecadação e incertezas sobre receitas extraordinárias.
As metas ainda vigentes para o governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência) são de um rombo de 139 bilhões de reais em 2017 e de 129 bilhões de reais para o próximo.
Técnicos se debruçam agora sobre como exatamente as receitas com concessões ajudarão no cumprimento dos alvos. De acordo com uma fonte do governo a par do assunto, ainda não foi batido o martelo sobre quais aeroportos entrarão no novo pacote de concessões. Consequentemente, ainda não há uma estimativa sólida de valores que poderão ser obtidos pelo governo com as outorgas dos terminais.
Mas, segundo essa mesma fonte, há o objetivo de montar um cardápio de concessões que busque aumentar a arrecadação do governo para ajudar no fechamento das contas.
"Existe uma preocupação em atender ao ajuste (fiscal), mas sem comprometer a qualidade das concessões", disse.
Entre as possibilidade que estão em estudo estão as concessões dos aeroportos de Congonhas (SP), Santos Dumont (RJ) e das participações da Infraero em aeroportos já concedidos.
(Por Marcela Ayres e Leonardo Goy)