BRASÍLIA (Reuters) - A governo prevê a votação da reforma da Previdência independentemente da nova denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer, afirmou nesta segunda-feira o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
"Esperamos que tudo seja mantido, seja votado no seu devido tempo", disse a jornalistas, após participar da cerimônia de posse da nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
"Nós não podemos continuar discutindo a reforma da Previdência porque se ela não for feita agora, ela deverá, terá que ser feita num futuro próximo. Então nós não podemos correr o risco de entrar num ano de 18 ainda com a Previdência pendente ou, pior ainda, iniciarmos o próximo governo com uma discussão de reforma da Previdência", afirmou.
Sem especificar prazos, Meirelles disse somente que a expectativa é que a reforma "seja votada agora e seja aprovada em seus pontos fundamentais".
O governo busca mobilizar sua base parlamentar para avançar com a impopular mudança de regras para aposentadoria buscando com isso dar um passo considerado fundamental na agenda de reformas para o equilíbrio fiscal.
A proximidade das eleições do ano que vem, contudo, e o forte desgaste político enfrentado pelo presidente Temer diante da nova denúncia apresentada na semana passada, na qual foi acusado de chefiar uma organização criminosa e de obstruir a Justiça, deixam o horizonte incerto para a tramitação da reforma.
Meirelles, cujo nome vem sendo ventilado por parlamentares para a corrida presidencial na esteira da recuperação econômica, foi questionado nesta segunda-feira se seria candidato em 2018, mas não respondeu à pergunta.
(Por Marcela Ayres)