BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério da Economia projetou nesta segunda-feira que o país pode ter 170 mil postos de trabalho a mais em 2019 caso a reforma da Previdência seja aprovada tal qual enviada pelo governo, número que crescerá ano a ano até chegar a 2,9 milhões de postos adicionais em 2021.
Nesse cenário, o país começaria 2022, último ano do mandato do presidente Jair Bolsonaro, com um acumulado de 4,3 milhões de empregos formais a mais, apontou a Economia.
Os cálculos, feitos pela subsecretaria de Macroeconomia da pasta, levaram em conta os dados coletados pelo boletim Prisma Fiscal sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) com e sem a reforma previdenciária.
Na visão dos economistas consultados pelo ministério, o crescimento econômico irá acelerar a 2,1 por cento neste ano com a reforma, ante expectativa básica de 1,95 por cento, percentual que considera a aprovação parcial do texto. Sem a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que muda as regras para aposentadoria, a elevação será de apenas 1 por cento.
Segundo o subsecretário de Política Fiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE), Marco Antônio Cavalcanti, todos os analistas que responderam ao questionário acreditam numa aprovação da PEC ainda neste ano.
"A análise dos números que enviaram indica, também, que quanto maior a potência fiscal alcançada maior será o crescimento da economia", afirmou ele, em nota publicada pelo ministério.
Com a proposta chancelada na íntegra pelo Congresso, a expectativa é de um avanço do PIB de 3,5 por cento em 2020, 3,45 por cento em 2021 e 3 por cento em 2022, mostrou o Prisma.
Com a aprovação parcial, os percentuais são de 2,8 por cento em 2020, 2,7 por cento em 2021 e 2,5 por cento em 2022.
Já sem a PEC, a expectativa é de expansão do PIB de 0,5 por cento em 2020, 0,75 por cento em 2021 e 1 por cento em 2022.
Os números contrastam com os divulgados anteriormente pela SPE, com resultados mais drásticos.
Numa análise interna, que não levou em conta as premissas de mercado, a SPE divulgou em fevereiro esperar um crescimento do PIB de apenas 0,8 por cento em 2019 sem a reforma, com a atividade entrando em recessão a partir do segundo semestre de 2020.
(Por Marcela Ayres)