Investing.com - O governo federal anunciou nesta quinta-feira (29/6) a redução da meta de inflação para 2019 para 4,25%, com banda de flutuação de 1,5 p.p. para cima ou para baixo, em movimento já antecipado pelo mercado. A grande surpresa, contudo, veio com a decisão de aumentar o cenário de longo prazo do país e incluir uma diminuição do objetivo de 2020, que será de 4%, com mesma banda.
O anúncio foi feito pelos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, após reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).
"O momento [para redução] é propício", disse Meirelles ao citar a forte desinflação da economia no último ano. "É uma mensagem de firmeza, consistência e que assegura a queda do desemprego".
Essa é o primeiro corte na meta de inflação desde 2005, quando o patamar foi levado aos 4,5% praticados em 2017 e em 2018. Desde então, a banda de flutuação já foi diminuída em duas ocasiões em período que passou dos 2,5 p.p. para os 1,5 p.p em vigor a partir deste ano.
O novo objetivo de 4,25% para 2019 veio dentro das expectativas da maioria do mercado, enquanto uma minoria acreditava em um corte ainda mais forte, para os 4% já em 2019. Não estava no radar dos investidores a antecipação da definição da meta de 2020.
O anúncio de hoje marca uma novidade na sistemática da meta de inflação, que passa a ser definida com um ano a mais de antecedência. A finalidade, segundo o Meirelles, é convergir o centro da meta para os padrões internacionais, que possuem um cenário mais longo.
A mudança nas regras foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (29/6) determinou que a meta deverá ser definida até 30 de junho de três anos antes.
A expectativa do mercado e do Banco Central é que o IPCA feche este ano abaixo da meta de 4,5% pela primeira vez desde 2009, quando o índice ficou em 4,31%. Desde então o BC não consegue cumprir seu objetivo, com o maior desvio ocorrido em 2015, quando o IPCA fechou o ano em 10,67%