Atenas, 20 fev (EFE).- A Grécia aceitou nesta segunda-feira legislar reformas adicionais a partir de 2019, o que permitiu desbloquear a negociação sobre a segunda revisão do resgate e possibilita o retorno a Atenas dos quadros técnicos dos credores na próxima semana, informaram fontes governamentais.
As fontes indicaram que nenhuma das medidas que serão aprovadas comportará "nem um único euro a mais de austeridade", nem impostos adicionais.
O acordo foi alcançado durante uma reunião entre o ministro de Finanças da Grécia, Euclides Tsakalotos, e os chefes de missão da denominada tétrade - Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE), Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) - realizada em Bruxelas, indicou o governo.
O pacto prevê que a Grécia adotará uma série de medidas adicionais que somente serão aplicadas a partir de 2019, ou seja, uma vez finalizado o terceiro resgate, e cujo conteúdo o governo ainda não adiantou.
Com isso, Atenas cedeu às exigências do FMI que, em troca de sua participação no resgate, pediu medidas adicionais por um total de 3,6 bilhões de euros, o que corresponde a 2% do Produto Interno Bruto (PIB).
Com estas medidas, supõe-se que a Grécia poderia obter um superávit primário de 3,5% do PIB a partir de 2019, uma meta que a organização monetária internacional não via possível com os parâmetros que marcava até agora o terceiro resgate.
Segundo as fontes citadas, o acordo em nível político alcançado hoje, que deverá ser detalhado nas negociações em nível técnico, contempla também um compromisso por parte da CE que sejam excluídos do cálculo do superávit primário os custos de um programa de criação de 100 mil empregos nos próximos dois anos e meio por um valor total de 3 bilhões de euros.
Trata-se de um programa que a Grécia negocia com o Banco Mundial, em cooperação com as instituições europeias.
Além disso, acrescentaram as fontes, o acordo político de hoje contempla a possibilidade de poder restaurar os convênios coletivos antes que finalize o resgate atual, em agosto de 2018, algo ao qual se opunha o FMI.