Atenas, 1 jul (EFE).- O governo da Grécia confirmou nesta quarta-feira que apresentou uma contraproposta para estender o programa de resgate financeiro, mas negou que tenha cedido completamente às exigências dos credores internacionais.
O primeiro-ministro, Alexis Tsipras, fará um pronunciamento na televisão hoje para esclarecer o novo plano ao povo grego.
"Foi enviada às instituições uma nova proposta acompanhada por uma carta de Alexis Tsipras. As matérias na imprensa que garantem que o governo aceitou completamente a proposta das instituições não são exatas", disseram fontes governamentais.
O documento dirigido aos chefes das três instituições credoras (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) assinala que a Grécia "está preparada para aceitar o acordo" com uma série de modificações.
Em matéria fiscal, o governo aceita as últimas propostas para o IVA, mas pede para manter a redução de 30% do imposto nas ilhas. Os credores tinham exigido abolir esse rebaixamento insulano.
No último texto publicado no domingo passado, as instituições financeiras tinham cedido quanto à exigência inicial de subir o IVA dos hotéis para 23%, finalmente aceitando a proposta do governo grego de impor uma tarifa de 13%. Nos demais impostos já havia consenso.
Na carta, Tsipras aceita a redução de 400 milhões de euros nas despesas do governo - a Grécia pedia 200 milhões -, mas pede para escalonar os cortes, começando com 200 milhões em 2016 e passando para os 400 milhões em 2017.
Quanto à previdência, o governo grego mantém o pedido para começar apenas em outubro a alta paulatina da idade de aposentadoria, e não em julho, como exigiam os credores. No princípio, Tsipras tinha proposto janeiro como data de início.
Além disso, a Grécia cede quanto aos subsídios aos aposentadores de baixa renda e agora está disposta a eliminá-los completamente a partir de 2019, em vez de substituí-los por outros auxílios. Porém, rejeita a exigência das instituições de cortar com efeito imediato em 20% o grupo de pessoas que se beneficiam desses pagamentos.
Essa proposta, diz o governo, está baseada no pedido de uma prorrogação do resgate que expirou ontem à noite após ser negada pelo Eurogrupo, e na proposta de um novo empréstimo ao Mecanismo de Estabilização Europeu (MEE).