SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, voltou a enfatizar o gradualismo no ritmo de cortes da taxa básica de juros à frente, e destacou a aprovação pelo Congresso da Taxa de Longo Prazo (TLP) e a necessidade de ajustes e reformas como essenciais para o avanço da economia brasileira.
"Caso o cenário básico evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o Comitê (de Política Monetária) vê, neste momento, como adequada uma redução moderada na magnitude de flexibilização monetária. Além disso, nas mesmas condições, o Comitê antevê encerramento gradual do ciclo", disse Ilan ao participar de evento em São Paulo, na noite de quinta-feira.
Ao reduzir a Selic em 1 ponto percentual em seu último encontro, para 8,25 por cento ao ano, o BC indicou que vai desacelerar o ritmo de reduções de forma gradual, reforçando essa mensagem na ata da reunião.
Ao comentar sobre a aprovação pelo Congresso da TLP, nova referência para os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o presidente do BC afirmou que a nova taxa proporciona maior potência à política monetária, reforça a queda da taxa de juros estrutural da economia, incentiva o financiamento privado de longo prazo e o desenvolvimento do mercado de capitais, e dá maior agilidade na administração dos empréstimos pelo BNDES.
Diante do cenário econômico atual, Ilan reforçou que o processo de flexibilização monetária tem levado a uma queda das taxas de juros reais, que se encontram em valores próximos aos mínimos históricos.
"O patamar atual de taxa de juros real, no intervalo de 2,9 por cento a 3,3 por cento, é baixo do ponto de vista histórico brasileiro e tende a estimular a economia", disse.
Ilan reforçou, ainda, a necessidade de avanço nas reformas e ajustes na economia brasileira tanto no âmbito da queda das taxas de juros reais quanto para o equilíbrio econômico.
"Quero ressaltar que a continuidade dos ajustes e reformas é importante para o equilíbrio da economia, com consequências favoráveis para a desinflação, para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia brasileira", afirmou.
(Por Camila Moreira)