BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta quarta-feira que é necessário insistir na realização da reforma da Previdência, uma vez que seria um problema para o Brasil uma mudança no cenário de política monetária externa sem que o país tenha endereçado questões importantes.
Em entrevista à rádio CBN, Ilan citou que um risco ao Brasil seria que a alta dos juros em economias desenvolvidas não seja tão devagar como esperado num momento em que o país não tenha feito reformas, principalmente a da Previdência.
"Esse é o risco: é mudar o cenário internacional sem que nós tenhamos feito o dever de casa aqui", disse em entrevista à rádio CBN.
O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, sinalizou na semana passada que ainda espera um aumento dos juros até o fim do ano, enquanto na véspera a chair do Fed, Janet Yellen, reforçou a necessidade de continuar com altas graduais.
Ilan afirmou, entretanto, que, diante da sinalização dada pelo Fed, se os juros no país subirem um pouco e de forma moderada isso tende a não atrapalhar muito o Brasil no momento.
O presidente do BC destacou ainda o processo de recuperação econômica pelo qual o país vem passando, afirmando que apesar das incertezas domésticas os investidores estrangeiros têm demonstrado confiança no desempenho apresentado recentemente pela economia brasileira.
Segundo ele, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer em 2018 algo entre 2 e 3 por cento, o que significa "maiores oportunidades de emprego".
Perguntado sobre a questão dos compulsórios, Ilan respondeu que várias medidas de simplicação estão sendo tomadas e que o BC está sempre analisando o que é melhor para o sistema financeiro.
(Reportagem de Marcela Ayres; Texto de Camila Moreira)