Atenas, 10 set (EFE).- Os técnicos das instituições credoras da Grécia começaram nesta segunda-feira em Atenas a primeira das revisões trimestrais do período pós-resgate, cujas conclusões são cruciais para a aplicação de algumas das medidas sociais e fiscais anunciadas pelo primeiro-ministro, Alexis Tsipras.
Os representantes da denominada tétrade - Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE), Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) - permanecerão na capital grega até a próxima sexta-feira e a previsão é de que seu relatório será apresentado novembro.
Durante esta semana, os representantes da tétrade examinarão os dados da execução dos orçamentos de 2018 e a minuta para 2019, que o governo deverá apresentar à CE em meados de outubro.
O governo também prevê que este ano o superavit primário - que exclui o pagamento das dívidas - ultrapassará amplamente a meta de 3,5% do produto interno bruto (PIB) estipulada com os credores até 2022.
Se as estimativas das instituições coincidirem com as governamentais, o Executivo poderá aplicar as medidas que Tsipras anunciou no fim de semana na feira industrial de Salonica, entre as quais consta uma redução do imposto de sociedades, do imposto sobre bens imóveis e da cota de autônomos.
Os técnicos também analisarão com o governo os planos de Tsipras de anular ou pelo menos suspender o corte nas pensões previsto para 2019 a pedido do FMI.
Em seu discurso na inauguração da feira de Salonica, Tsipras afirmou que os dados demonstrarão que o FMI se equivocou em suas estimativas e destacou que a meta de superavit primário para 2019 será alcançada sem a necessidade de cortar as pensões.
Além dos dados fiscais e as previsões macroeconômicas, os credores avaliarão a implementação de uma série de reformas aprovadas no início deste ano, que não puderam ser aplicadas antes de finalizar o programa de assistência financeira, em 20 de agosto.
Entre elas, estão algumas privatizações e uma série de reformas no setor público.
Ao contrário dos demais países europeus que receberam um resgate, as avaliações na Grécia serão trimestrais e não semestrais.
Tsipras minimizou a importância desta particularidade e ressaltou que, enfim, nenhum dos outros países tinham um rácio de dívida de 186% do PIB.