BEIRUTE/DUBAI (Reuters) - O Irã advertiu os Estados Unidos a não designarem a Guarda Revolucionária iraniana como um grupo terrorista, e afirmou que as bases militares dos EUA na região correrão perigo no caso de imposição de sanções adicionais de Washington contra Teerã.
O aviso foi feito depois que a Casa Branca declarou na sexta-feira que o presidente Donald Trump anunciaria novas respostas dos EUA aos testes de mísseis, apoio ao "terrorismo" e operações cibernéticas do Irã como parte de sua nova estratégia para lidar com a República Islâmica.
"Como anunciamos no passado, caso a nova lei dos Estados Unidos para as sanções seja aprovada, o país terá de reposicionar suas bases regionais num raio de 2 mil km fora do alcance dos mísseis iranianos", afirmou o comandante da Guarda, Mohammad Ali Jafari, de acordo com a mídia estatal.
Ainda de acordo com a mídia estatal, Jafari também disse que sanções adicionais acabariam com as chances de diálogo futuro com os Estados Unidos e emitiram uma advertência para as tropas americanas.
"Caso a notícia sobre a estupidez do governo norte-americano ao considerar os a Guarda Revolucionária como um grupo terrorista estiver correta, então a Guarda Revolucionária poderá considerar o Exército norte-americano como um Estado Islâmico em todo o mundo, particularmente no Oriente Médio", disse Jafari.
A Guarda Revolucionária é a força de segurança interna e externa mais poderosa do Irã. A Força de Quds, o braço de espionagem da Guarda, além de indivíduos e entidades associadas à Guarda Revolucionária, estão na lista dos EUA de organizações terroristas estrangeiras, mas a organização como um todo não seria considerada um grupo terrorista.
(Por Babak Dehghanpisheh e William Maclean)