Por Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - O governo do Japão finalizou um orçamento suplementar de 92 bilhões de dólares nesta sexta-feira para proteger as famílias do aumento do custo de vida, o que pode sustentar o consumo, mas também piorar as finanças públicas já apertadas.
O pacote de gastos de 13,9 trilhões de ienes (92,4 bilhões de dólares), que inclui ajuda às famílias de baixa renda e fundos para estender os subsídios aos combustíveis, segue uma série de medidas de estímulo implementadas desde a pandemia da Covid-19.
Ele também mantém a pilha de dívidas do Japão, que já é duas vezes maior do que sua economia, elevada em um momento em que o Banco do Japão está reduzindo sua política monetária ultrafrouxa de uma década, que manteve os custos dos empréstimos perto de zero.
"Precisamos que os salários aumentem mais rapidamente do que a taxa de inflação para tornar as famílias mais ricas", disse o primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, ao Parlamento nesta sexta-feira, enfatizando a necessidade de promover o investimento e continuar elevando o salário mínimo do Japão.
"Até alcançarmos uma economia em que o crescimento dos salários exceda a inflação, devemos apoiar aqueles que não colherão os benefícios dos salários mais altos tanto quanto os outros", disse ele.
O orçamento suplementar, que excede ligeiramente os 13,2 trilhões de ienes em gastos sob o pacote de estímulo do ano passado, foi aprovado pelo gabinete nesta sexta-feira. Ele será deliberado em uma sessão extraordinária do Parlamento que foi convocada esta semana.
Além dos pagamentos às famílias de baixa renda e àquelas com filhos, o governo retomará os subsídios para reduzir as contas de serviços públicos de janeiro a março de 2025, estenderá os subsídios à gasolina e aumentará os gastos com ajuda em desastres.
Ele também fornecerá ajuda para impulsionar os setores de chips e inteligência artificial do Japão.