Nova York, 4 ago (EFE).- O juiz americano Thomas Griesa, que instrui o litígio entre a Argentina e os fundos especulativos, ratificou nesta segunda-feira, por meio de uma ordem judicial, Daniel Pollack como mediador nas negociações entre as partes, desprezando o pedido realizado pelo país sul-americano.
Embora já na audiência da sexta-feira passada tivesse deixado claro que não queria substituir Pollack, o magistrado confirmou por escrito sua posição "porque era necessário", depois das observações expostas pelo advogado da Argentina, Jonathan Blackman, na audiência de 1º de agosto, na qual pediu a substituição do mediador por "perda de confiança".
"O tribunal acompanhou o trabalho de um mês de duração do mediador, que esteve fazendo tudo o que lhe foi requisitado com grande habilidade", explica a ordem.
Blackman assegurou que a Argentina tinha considerado "doloroso e prejudicial" o comunicado que Daniel Pollack redigiu na reunião prévia à moratória e Griesa respondeu hoje que "o mediador não criou uma condição adversa, mas esta já existia" e que em seus comunicados "não houve nunca um sinal de imprecisão"
"É difícil imaginar um movimento pior por parte deste tribunal que tirar o mediador. Seria uma grande injustiça e interferiria drasticamente no processo que aconteceu até agora e que deve continuar. É mais importante seguir na mesa de negociação para que os assuntos deste caso sejam resolvidos", conclui a nota.
Além desse comunicado, Griesa emitiu hoje outra ordem segundo a qual desbloqueou também os pagamentos através do JP Morgan Chase em bônus de dívida argentina emitidos em dólares, fazendo com que esta entidade se some a Citibank, Euroclear e Clearstream, que também receberam a isenção da ordem de pagamento simultâneo ditada pelo juiz.
Para todas elas, o pagamento deverá ser feito em uma só parcela e entre estas exceções não se encontra o Bank of New York Mellon (Bony), em cuja conta seguem congelados os US$ 539 milhões que a Argentina aplicou no dia 26 de junho para detentores de dívida reestruturada e que foram os que causaram a moratória seletiva declarada pela agência Standard & Poor's.