Em uma medida sem precedentes, a juíza distrital Martha Eugenia Magaña López, de Morelos, México, emitiu uma ordem impedindo a Câmara dos Deputados de discutir uma importante reforma judicial proposta pelo presidente Andrés Manuel López Obrador. A liminar temporária, emitida hoje, permanecerá em vigor até que uma decisão sobre uma suspensão permanente seja tomada em 4 de setembro.A polêmica reforma, que tem sido fonte de tensão com os Estados Unidos e preocupação para investidores estrangeiros, inclui disposições para eleger cerca de 7.000 cargos judiciais por voto popular, reduzir os requisitos de experiência e idade para essas funções, e diminuir o tamanho da mais alta corte do país.Os defensores da reforma argumentam que ela democratizará o sistema e abordará as ineficiências do serviço público, enquanto os opositores temem que ela interrompa as carreiras judiciais, centralize o poder no ramo executivo e potencialmente exponha o judiciário à influência criminal.Além da ordem da juíza Magaña López, outro juiz distrital em Chiapas, Felipe Consuelo Soto, decidiu a favor dos juízes que se opõem à reforma no mesmo dia. Esta decisão separada visa impedir que a reforma seja encaminhada às legislaturas estaduais para ratificação, caso o Congresso a aprove.Apesar dessas ordens judiciais, Ricardo Monreal, líder do partido governista Morena na Câmara dos Deputados, declarou na tarde de sábado que o Congresso desconsideraria as decisões dos juízes, as quais ele descreveu como "interferência indevida e rude". Monreal enfatizou que os legisladores são responsáveis apenas perante seus eleitores.O presidente López Obrador tem sido vocal sobre a necessidade de reforma judicial, alegando que o sistema atual atende aos interesses do crime organizado. Ele afirma que uma revisão é essencial para erradicar a corrupção. Claudia Sheinbaum, que assumirá a presidência em 1º de outubro, também expressou apoio à reforma, citando seu potencial para reduzir as altas taxas de impunidade para crimes violentos no país.A reforma também levantou alarmes entre os sindicatos de trabalhadores judiciais, que argumentam que as mudanças infringiriam os direitos trabalhistas e poderiam permitir que interesses especiais, incluindo grupos criminosos, dominassem o judiciário. Investidores ecoaram essas preocupações, sugerindo que a reforma poderia minar um dos principais controles do poder executivo e impactar negativamente o ambiente de negócios na segunda maior economia da América Latina.López Obrador revelou no início da semana que havia suspendido temporariamente o engajamento diplomático com as embaixadas do Canadá e dos EUA devido às suas críticas à reforma, que ele percebeu como uma afronta à soberania do México. Ele esclareceu que a pausa era específica para as embaixadas e não indicativa de relações mais amplas com os países.A Reuters contribuiu para este artigo.
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