Por Nandita Bose e Gabriella Borter
(Reuters) - A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, afirmou nesta quarta-feira que vai oferecer créditos fiscais aos fabricantes nacionais e investir em setores que "definirão o próximo século", ao detalhar seu plano econômico para impulsionar a classe média dos EUA.
Falando no Clube Econômico de Pittsburgh, no estado decisivo da Pensilvânia, a candidata democrata na eleição presidencial de 5 de novembro disse que dará créditos fiscais aos fabricantes dos EUA, para reequipar ou reconstruir empresas existentes e expandir "bons empregos sindicalizados". Ela também prometeu dobrar o número de programas de aprendizagem registrados durante seu primeiro mandato.
Kamala prometeu ainda novos investimentos em setores como biofabricação, aeroespacial, inteligência artificial e energia limpa.
O discurso de Kamala, que durou pouco menos de 40 minutos, não detalhou como essas políticas funcionariam. Em sua fala, a candidata também destacou o fato de ter sido criada por uma mãe solteira, em contraste com o republicano Donald Trump, filho rico de um incorporador imobiliário de Nova York.
"Prometi que construir uma classe média forte será o objetivo definidor da minha presidência", disse Kamala, acrescentando que vê a eleição como um momento de escolha entre duas visões "fundamentalmente diferentes" da economia dos EUA, defendidas por ela e seu oponente.
A vice-presidente e Trump estão concentrando suas mensagens de campanha na economia, tema que a pesquisa Reuters/Ipsos mostra ser a principal preocupação dos eleitores, à medida que a eleição se aproxima.
A divisão entre ricos e pobres cresceu nas últimas décadas. A parcela de lares norte-americanos na classe média, definida como aqueles com dois terços a duas vezes a renda familiar média, caiu de cerca de 62% em 1970 para 51% em 2023, mostra a Pew Research. A renda desses lares também não cresceu tão rápido quanto a daqueles no nível superior.
Trump, conforme Kamala, está "interessado apenas em tornar a vida melhor para si mesmo e para pessoas como ele, os americanos mais ricos".
Ela disse ainda que está comprometida em trabalhar com o setor privado e empreendedores para ajudar a classe média a crescer. Kamala afirmou à plateia que é "uma capitalista" que acredita em "mercados livres e justos", descrevendo suas políticas como pragmáticas, em vez de enraizadas em ideologia.
Nos últimos meses, Kamala diminuiu a vantagem de Trump na área econômica, com uma pesquisa Reuters/Ipsos publicada na terça-feira mostrando o candidato republicano com uma vantagem marginal de 2 pontos percentuais em "economia, desemprego e empregos", abaixo da liderança de 11 pontos no final de julho.