RIO DE JANEIRO (Reuters) - O novo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ao jornal Folha de S.Paulo, em edição publicada neste sábado, que a Casa precisa votar a proposta de emenda à Constituição (PEC) do teto para a ampliação dos gastos públicos e avançar ao máximo na Previdência, mas que antes de encaminhar a reforma, o governo precisa de uma estratégia de comunicação.
"Tem que mostrar como a responsabilidade fiscal impacta a vida das pessoas", afirmou ao jornal o deputado, eleito como presidente da Casa na madrugada de quinta-feira para suceder o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"Desde a aprovação da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), o equilíbrio fiscal deixou de ser questão ideológica para ser questão de Estado", afirmou na entrevista.
A PEC do limite de gastos é um dos temas legislativos prioritários do governo do presidente interino Michel Temer, que pretende aprovar a proposta ainda este ano. A PEC precisa ser aprovada por três quintos dos votos em dois turnos de votação na Câmara e depois mais dois turnos com a mesma maioria no Senado.
Rodrigo Maia também disse ao jornal ser contra o aumento de impostos.
"Ninguém consegue pagar mais imposto. Sou contra recriar a CPMF. Espero que o governo não faça este pleito, porque eu terei muita dificuldade de encaminhá-lo. A solução para superar a crise não é aumentar a receita. É reestruturar o Estado e reduzir despesas", afirmou.
Sobre o projeto que retira a obrigatoriedade da Petrobras (SA:PETR4) ser a única operadora do pré-sal, Rodrigo Maia afirmou na reportagem que irá pautá-lo.
De autoria do senador licenciado e atual ministro das relações Exteriores, José Serra, o projeto precisa passar pelo plenário da Câmara para seguir à sanção presidencial.
"A Petrobras está endividada, e o Brasil precisa atrair capital estrangeiro", afirmou à Folha.
LIBERAÇÃO DE CASSINOS
Na entrevista à Folha, Rodrigo Maia disse ainda ser a favor de projeto que libera resorts com cassinos e prevê investimentos na rede hoteleira.
Segundo o deputado, "se caminhar na linha de um projeto sério", a proposta dos cassinos pode ser aprovada neste ano.
Segundo o presidente da Câmara, a criação de uma agência com estrutura para fiscalização on-line pode ser uma forma para evitar a lavagem de dinheiro por meio do negócio.
"Nos EUA, o sistema de controle é muito rígido. No Brasil há muito dinheiro e nenhuma fiscalização", afirmou.
(Por Marta Nogueira)