Por Elena Gyldenkerne
BARCELONA (Reuters) - Milhares de pessoas compareceram para manifestar apoio ao presidente da região espanhola da Catalunha, Artur Mas, na chegada a um tribunal de Barcelona nesta quinta-feira para testemunhar sobre a realização de um referendo sobre a independência, apesar de a consulta ter sido declarada ilegal.
O chefe regional da rica região, situada no nordeste da Espanha e com língua e cultura próprias, foi indiciado no mês passado por acusações preliminares de desobediência, abuso de autoridade e usurpação de autoridade para a realização da votação em novembro de 2014.
Partidários cobertos com a bandeira vermelha e amarela listrada da Catalunha gritavam "presidente" e "independência" enquanto Mas caminhava até a Suprema Corte da Catalunha, ladeado por centenas de prefeitos da região ostentando seus cetros cerimoniais.
No tribunal, Mas afirmou que o referendo era um objetivo central de seu governo e assumia toda a responsabilidade por realizá-lo. "Não entendo por que estou aqui dando explicações", disse ao juiz, segundo a mídia local.
"Ele lutou e fez o que tinha de fazer. Não podemos deixá-lo sozinho agora", disse Isabel Princep, 58, auxiliar de escritório aposentada, em meio à multidão de simpatizantes diante do tribunal. "Acho que é totalmente injusto que um presidente catalão seja julgado dessa maneira."
A "consulta aos cidadãos", um referendo simbólico que foi realizado em novembro passado apesar do bloqueio legal conseguido pelo governo central de Madri, foi criada e gerida por partidos pró-independência. Perto de dois milhões de catalães votaram a favor da secessão de Espanha, mas o comparecimento foi baixo, em torno de 2,2 milhões de pessoas entre um total de 5,4 milhões de eleitores potenciais.
As pesquisas de opinião mostram que a maioria dos catalães gostaria de permanecer dentro Espanha se a região obtivesse leis que protegessem a sua língua e cultura e uma situação fiscal mais favorável.