Por Jan Strupczewski e Robin Emmott
BRUXELAS (Reuters) - Os líderes da União Europeia não chegaram a discutir os problemas econômicos da Grécia nesta quinta-feira, deixando as negociações para outras autoridades que irão se reunir na sexta-feira, disse o presidente da cúpula da UE, Donald Tusk.
"Os líderes não entraram numa negociação sobre a Grécia", disse Tusk em entrevista coletiva após a cúpula em Bruxelas nesta quinta-feira.
A Grécia, onde o governo antiausteridade de Alexis Tsipras assumiu o poder em janeiro, precisa de dinheiro para mantê-lo enquanto negocia com a zona do euro sobre o que deve substituir um programa de resgate de 240 bilhões de euros que vence em duas semanas.
Países da zona do euro querem que Atenas solicite uma extensão técnica do programa atual para ganhar tempo até que algo mais seja acertado. Tsipras rejeita essa possibilidade, argumentando que venceu as eleições com promessas de acabar com o resgate.
Uma reunião de emergência dos ministros das Finanças do Eurogrupo na quarta-feira não conseguiu produzir uma declaração ou mesmo um acordo entre a zona do euro e os negociadores gregos para continuar as conversas antes de uma última reunião em 16 de fevereiro.
Mas o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, concordou com Tsipras nesta quinta-feira em continuar as negociações entre funcionários gregos e da zona do euro para encontrar um terreno comum.
"Estou otimista de que teremos um resultado sobre o processo técnico", declarou Dijsselbloem a repórteres.
Mas ele acrescentou: "Eu sou muito cauteloso sobre o lado político. Vai ser muito difícil. Vai levar tempo. Não tenham muitas esperanças ainda."
Depois de 16 de fevereiro, autoridades da UE temem que mesmo se a Grécia pedir uma extensão do programa atual, não haveria tempo suficiente para que alguns parlamentos da zona do euro possam aprovar.
Com o vencimento do programa de resgate em 28 de fevereiro, Atenas perderá o acesso à zona euro ou ao financiamento do mercado, e seus bancos vão perder acesso ao refinanciamento do Banco Central Europeu ou o "colchão de segurança" da UE de 11 bilhões de euros para uma eventual recapitalização de emergência.
A Grécia também perderia elegibilidade para negociar mais tempo para pagar os empréstimos que recebeu da zona do euro.
(Reportagem de Jan Strupczewski e Robin Emmott)